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NUTRIÇÃO

Médica veterinária explica sobre alimentação de filhotes recém adotados

Fornecer alimentos de qualidade e específicos para essa fase da vida é a melhor maneira de garantir todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento dos filhotes

28 de fevereiro de 2025
Danielle Assis
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

A adoção de um filhote é sempre um momento de alegria e representa o início de uma nova rotina. Nessa rotina, um dos cuidados mais importantes está relacionado à alimentação do novo integrante da família.

Segundo a mestre e doutora em reprodução com foco em neonatologia pela FMVZ-USP e médica-veterinária do Hospital Veterinário Taquaral, Fernanda Machado Regazzi, a alimentação dos filhotes deve ser balanceada e realizada, preferencialmente, com rações formuladas para essa fase da vida. “Essa é uma forma de garantir a oferta adequada de minerais, proteínas, carboidratos e outros nutrientes fundamentais para um bom desenvolvimento inicial”, comenta.

No entanto, as rações apenas são recomendadas após a quarta semana de vida do cão ou gato, antes disso, o ideal é manter o animal apenas com a amamentação exclusiva.

Esse é, inclusive, um ponto importante a ser considerado durante o processo de adoção, segundo a profissional. Quando se adota um animal muito novo, ou seja, com cerca de um mês é preciso ter um cuidado redobrado com a sua alimentação e a transição entre o leite e os outros alimentos.

Cuidados com a transição do leite materno para a ração 

“A transição do leite materno para a alimentação sólida em filhotes ocorre tipicamente na quarta semana de vida. Esse período coincide com o desenvolvimento fisiológico do sistema gastrointestinal, da dentição e da musculatura da cavidade oral dos animais. Assim eles se tornam aptos para processar alimentos mais complexos como a papinha de desmame e a ração”, esclarece a doutora.

De acordo com Fernanda, para assegurar o bom desenvolvimento fisiológico dos filhotes, é necessário respeitar o período de transição alimentar. “A troca deve ocorrer de forma gradual, substituindo inicialmente duas das ofertas diárias de leite por papinha de desmame ou ração umedecida. A oferta dos alimentos deve ir aumentando sucessivamente até a substituição completa ao longo de uma semana”, comenta.

Após o animal estar 100% adaptado à alimentação seca, a frequência com que as rações devem ser ofertadas varia conforme a idade e a espécie. “No caso dos cães, a partir da quarta semana de vida recomenda-se oferecer refeições em pequenas porções cinco ou seis vezes ao dia para evitar sobrecarga digestiva.​ Já no período de três a seis meses pode-se fornecer o alimento três ou quatro vezes e a partir dos seis meses estão permitidas apenas duas refeições diárias”, esclarece a profissional.

Para gatos, ainda conforme ela, os filhotes precisam de alimentação frequente dividida em cinco ou seis refeições diárias até os seis meses de idade. A partir disso, pode-se fornecer quatro ou cinco refeições por dia.

Como escolher a ração para o filhote? 

Regazzi comenta que filhotes apresentam demandas energéticas, nutricionais e minerais específicas para a sua faixa etária. Por isso, é de extrema importância utilizar rações desenvolvidas para essa fase da vida.

“A escolha da ração deve levar em conta a presença de proteínas de alta qualidade, o equilíbrio de cálcio e fósforo para o desenvolvimento ósseo, o teor adequado de ômega 3 para o desenvolvimento cerebral e a ausência de conservantes artificiais prejudiciais”, explica.

Além disso, após introduzir uma nova ração é fundamental monitorar os sinais de aceitação, o comportamento do animal após as refeições e possíveis sintomas de desconforto.

“Se o cão ou gato apresentar inquietação, vômito, diarreia, inapetência, distensão ou dor abdominal após ingerir o alimento é importante consultar um médico-veterinário”, alerta a profissional.

O principal fator que pode levar a esses sintomas é a alteração brusca da alimentação que, em alguns animais, causa problemas gastrointestinais. Por isso, a mudança na ração dos filhotes sempre precisa ser feita de forma gradual. “A introdução da nova ração deve ocorrer misturando-a à ração anterior em quantidades crescentes ao longo de vários dias. Esse processo ajuda a evitar desconfortos gastrointestinais e facilita a adaptação do animal ao novo alimento”, esclarece a doutora.

Ainda de acordo com ela, o aspecto das fezes também deve ser monitorado. Fezes firmes indicam um padrão de normalidade. No entanto, fezes excessivamente pastosas ou muito ressecadas, em que o animal pode apresentar dificuldade para defecar ou passar um longo período até defecar, podem sugerir a necessidade de ajustes na dieta.

Por fim, para saber se a alimentação fornecida está sendo boa, é imprescindível monitorar constantemente o peso dos filhotes de cães e gatos. Esse monitoramento é feito pelo médico-veterinário.

“A taxa de crescimento do animal filhote varia de acordo com fatores como raça, porte e sexo. Para avaliar se o desenvolvimento está dentro do esperado, os profissionais utilizam uma escala padronizada de ganho de peso ao longo dos meses. Essa escala permite verificar se os valores estão adequados às características individuais de cada animal”, finaliza Fernanda.

Fonte: Cães&Gatos

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