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Maus-tratos a cavalos criam polêmica em torno das vitórias em Petrópolis (RJ)

18 de julho de 2013
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A família Raposo cuida de 19 cavalos que trabalham nas charretes (Foto: Felipe Carvalho/G1)
Foto: Felipe Carvalho/G1

Uma tradição antiga em Petrópolis, Região Serrana do Rio, as vitórias, como são chamadas as charretes na Cidade Imperial, tem sido alvo de críticas, incluindo até pedidos de encerramento da atividade por parte da população e também de defensores de animais. Um abaixo-assinado circula pelas redes sociais e uma manifestação está sendo articulada pelos defensores dos animais e moradores da cidade, que se declaram publicamente contrários a este tipo de transporte dos turistas na cidade, e cobram alternativas por parte do poder público. ” Estamos no século 21 e nem as ruas da cidade comportam mais este tipo de transporte. Se os animais fossem bem cuidados, ainda ia lá, mas a cada dia vemos mais animais caindo pelas ruas de cansaço e de fome”, critica a internauta Marcela Dias, 24 anos, estudante de Direito.

A discussão começou no último dia 11 de junho quando um cavalo caiu no meio da rua, durante o trajeto, por estar visivelmente desnutrido e sofrendo maus-tratos. Nesta terça-feira (16) a cena se repetiu, no entanto, a prefeitura esclareceu que o caso foi diferente e o animal, na verdade, teria escorregado na faixa de pedestre, sem nada sofrer. A polêmica é lamentada por famílias de charreteiros mais antigos, que passam a função de pai para filho, e que vivem da atividade.

A família Raposo cuida de 19 cavalos que trabalham nas charretes (Foto: Felipe Carvalho/G1)
Foto: Felipe Carvalho/G1

Em nota, a Coordenadoria do Bem-Estar Animal, ligada à prefeitura, esclareceu através da assessoria de imprensa, que o cavalo que caiu nesta terça (16) foi examinado pela veterinária responsável pelo núcleo, Rosana Portugal, e está bem, apesar da queda. Ele se encontrava com ferraduras adequadamente aplicadas e em bom estado geral de saúde. Segundo relato do condutor, o que aconteceu foi que ele teve que frear o animal por conta da ultrapassagem muito próxima de um veículo. Como estava sobre a faixa de pedestres, o animal escorregou, mas nada sofreu.

Questionada sobre qual é a função da Coordenadoria em relação aos charreteiros, informou que cabe a ela a fiscalização deste serviço para o cumprimento da lei. O novo órgão – que foi criado recentemente para substituir o Núcleo de Bem-Estar Animal – também destaca a guarda responsável, pois os charreteiros são os responsáveis diretos pela manutenção da saúde e manejo adequado dos animais.

Com informações do G1

Nota da Redação: O problema da relação dos humanos com os animais não está no abuso, ou nos maus-tratos em si. O simples uso de animais para fins humanos gera a visão simplista e confortável de que eles estão aqui para nos servir. O animal não tem escolha. É obrigado a viver como escravo servindo seus patrões. Não temos dúvida que as charretes precisam ter fim e políticas públicas que contemplem os animais e as pessoas envolvidas na atividade precisam ser elaboradas com urgência.

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