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Matéria em jornal inglês critica conceito de ‘abate humanitário’

31 de agosto de 2009
3 min. de leitura
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Por Lobo Pasolini   (da Redação)

O jornal de maior circulação na Inglaterra, Daily Mail, publicou ontem uma matéria descrevendo as condições infernais dos matadouros no país. Os ingleses têm como hábito pensar que seu país têm as melhores condições para animais no mundo e a matéria foi escrita com o intuito de desafiar esse mito de inocência.

Escrita pela jornalista vegana Liz Jones, a matéria usa como base um vídeo produzido pela organização de direitos animais, AnimalAid, que visitou três matadouros aleatoriamente e encontrou em todos os eles os mesmos ‘problemas’: morte lenta, crueldade intencional por parte dos funcionários e todo tipo de desacato das regras do suposto ‘abate humanitário’. São 40 horas de filmagem, mostrando mais de 1.500 animais sendo atordoados e mais de 1.000 sendo mortos.

Porcos e ovelhas são chutados, empurrados violentamente e, em alguns casos, arrastados para a sala de atordoamento, que estava repleta de animais em pânico. Em meio aos caos, os animais escorregam, caem e gritam. O equipamento elétrico utilizado para atordoar porcos e ovelhas frequentemente fazem contato por tempo insuficiente ou não passam pelo cérebro e, na verdade, libera não mais que uma dolorosa descarga elétrica. Com frequência, o sofrimento infligido, o terror experimentado pelos animais e a indiferença do operador deste equipamento são brutalmente aparentes.

“O que eu observei é o ambiente comum de um matadouro”, disse o veterinário Jason Aldiss, presidente da Veterinary Health Association em resposta ao vídeo.

A Animal Aid filmou:
– Porcos e ovelhas sendo cortados plenamente conscientes;
– Porcos, ovelhas e bezerros gritando e lutando para escapar;
– Porcos e ovelhas com doenças ou ferimentos sendo abatidos;
– Uma ovelha tão doente que não conseguia ficar de pé – ou possivelmente já morta – sendo levada ao abate em um carrinho de mão;
– Uma ovelha sendo atordoada e morta enquanto seus filhotes mamavam;
– Uma ovelha vendo seus filhotes serem mortos;
– Porcos caindo da linha [suspensa] de abate em poças de sangue e sendo arrastados para fora e pendurados novamente enquanto outros porcos assistiam a tudo;
– Um bezerro consciente (mal-atordoado) escorregando e caindo e o operador de equipamento de atordoamento ficando em frente ao animal para mantê-lo parado, entre outras cenas terríveis.

A jornalista pergunta: “Por que o governo protege as indústrias da carne e leite tão vigorosamente sendo que elas nunca foram tão insalubres? Se você está planejando um assado de carne hoje (prato típico do domingo inglês), então você é cúmplice do que está acontencendo.” Ela sugere que o leitor assista o vídeo que pode ser acessado aqui (contém imagens gráficas de violência e morte).

Nota da Redação: Abate humanitário é um oximoro (Engenhosa aliança de palavras ou frases contraditórias , como música calada). Não é possível matar e ser ‘humano’, um termo que alude ao melhor do espírito de nossa espécie. Matadouros são fábricas de morte que operam em alta velocidade, muitos são ilegais e os funcionários são mal treinados. Acreditar que eles são lugares onde os animais simplesmente ‘vão dormir’ sem dor é como acreditar em Papai Noel.

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