Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Por três dias, uma equipe da emissora ITV esteve tentando encontrar alguns rinocerontes que viviam próximos à sua base no Parque Nacional Kruger (África).
Os repórteres correspondentes liderados por John Ray utilizaram-se de estratégias para esperar o retorno dos animais em pontos específicos, porém não obtiveram sucesso.
“Os guardas haviam nos alertado: rinocerontes estão ficando difíceis de serem vistos, mesmos aqui no coração de seu habitat”, disse John.
Mas em uma manhã, eles descobriram por que.
Uma curta caminhada pela mata revelou a carcaça de um adulto morto no início daquela semana.
Ele era um dos quatro animais assassinados em uma única noite, segundo relataram funcionários da South African National Parks.
O esqueleto era praticamente tudo o que restava.
“Os rinocerontes são animais que vivem no planeta há milhões de anos, e é legítimo nos perguntarmos por quanto tempo a espécie irá sobreviver”, disse John.
E os números são preocupantes na África do Sul – no ano passado, quase 1.200 rinocerontes foram mortos no país, conforme publicado recentemente pela ANDA.
No ano anterior, o número havia sido de 1.215 indivíduos.
Para se colocar isso em perspectiva, em 2007, 13 rinocerontes haviam sido mortos em todo o país. O aumento impressionante de mortes foi provocado pela demanda pelos chifres desses animais, aos quais são atribuídos falsos poderes medicinais.
E o que está sendo feito? Na linha de frente da guerra contra esses animais, as autoridades de Kruger estão tentando toda e qualquer arma que tenham em mãos.
Do outro lado, no chão, guardas armados formam grupos bem organizados. Pelo ar, eles estão experimentando o uso de drones para caçar os animais.
No ano passado, mais de 200 caçadores foram presos dentro do parque, e outros 115 fora das fronteiras.
Porém, esses eram apenas comandados. Raramente, se não nunca, os líderes são pegos. Os homens que realmente ganham dinheiro com a morte dos rinocerontes parecem estar sempre acima da lei.
O que é preciso, disse Ken Maggs, chefe dos guardas de Kruger, é uma estratégia internacional coordenada para salvar esses animais.
Isso significa engajar comunidades locais em projetos de preservação, e também derrubar a corrupção global que movimenta o comércio e o tráfico.
Mas, como diz John, mesmo se tudo isso for feito, levará tempo. E para os rinocerontes, talvez já será tarde.