(da Redação)
Na última semana, havia sido divulgada uma má notícia para os cavalos nos Estados Unidos, quando um juiz federal abriu o caminho para que os matadouros de cavalos recomeçassem a operar. Mas uma liminar de emergência pode evitar que isso aconteça nesse momento. As informações são da Care2.
Segundo a reportagem, não há matadouros de cavalos oficiais em solo americano deste 2007, quando as últimas instalações foram fechadas e uma lei proibiu o financiamento para inspeção de carne de cavalo pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), mas esta lei foi alterada em 2011. Não demorou muito para que um grupo descobrisse como obter um recurso e começasse a matar cavalos no país.
Desde então, empresas de cinco estados já apresentaram ao USDA e ao Serviço de Inspeção (FSIS) pedidos de permissão para operar como abatedouros de cavalos, enquanto alguns estados e cidades têm tomado medidas para não hospedar esta indústria predatória. Nesse verão, o USDA aprovou as primeiras autorizações para permitir o funcionamento de matadouros de cavalos.
Grupos em defesa do bem-estar animal, incluindo o Front Range Equine Rescue e a Humane Society dos Estados Unidos (HSUS), entre outros, rapidamente entraram com uma ação em julho alegando que o USDA violou a lei federal ao não realizar as avaliações ambientais necessárias das instalações de matadouros de cavalos aprovados no Novo México, Missouri e Iowa, incluindo uma empresa que já tem um histórico horrível – a New Mexico’s Valley Meat Company LLC.Na sexta-feira (01), a Juiza Distrital dos EUA, Christina Armijo, lançou a ação judicial. A boa notícia é que na segunda-feira (04) o Décimo Tribunal de Apelações de Denver emitiu uma liminar impedindo inspeções no Novo México e em Missouri após os defensores eqüinos terem apresentado recurso contra a decisão de sexta-feira, o que significa que os cavalos ainda estão a salvo de serem mortos em matadouros oficialmente na região, “por enquanto”.
O governador do Novo México Bill Richardson e muitos outros se comprometeram a impedir a operação de matadouros de cavalos, concentrando-se nas proibições estaduais e federais. Alguns estados, incluindo Texas, Illinois, Califórnia e Nova Jersey têm proibições em vigor, enquanto outros, incluindo Maine, têm lutado para mantê-las fora. Não é surpresa que ninguém pareça aprovar o estabelecimento de uma indústria como esta em seus quintais. Ela vem com um longo histórico de problemas ambientais, reduzindo valores de propriedades, atraindo sequestros de cavalos, além de elevar o aumento da criminalidade e do nível terrível de crueldade para com os cavalos.
Os defensores continuam a argumentar que a morte pelo chamado “abate” é a melhor opção para cavalos “doentes, velhos e indesejados”, mas a maioria dos animais que entram na tubulação da morte são perfeitamente saudáveis. Eles só tiveram a “má sorte” de acabar ficando sob tutela de alguém que se recusou a fazer um esforço extra para encontrar-lhes um novo lar ou – segundo a reportagem – “pagar para que fossem eutanasiados por um veterinário”, atitude esta que seria tão absolutamente reprovável quanto entregar para que fossem mortos para alimentação humana.
Alguns suspeitos de serem matadores de cavalos ditos “rejeitados” perto da fronteira são realmente os responsáveis pela maioria das histórias e crenças que cercam a “crise” dos cavalos indesejados e abandonados que assola os EUA. Se matar esses animais fosse proibido e se não houve compradores em leilões, os cavalos realmente poderiam ser levados a situações e lugares mais seguros. Seria, pelo menos, mais fácil para os resgatadores que muitas vezes pagam para levar cavalos a fim de salvá-los da morte certa, como ocorre hoje.
Não importa o que digam os apoiadores, permitir legalmente a matança dos cavalos nos EUA não é uma ação melhor do que o envio dos mesmos através da fronteira para o Canadá ou México (onde podem ser mortos pois não há lei que proíba tal ato), e também não resolve quaisquer problemas de abuso, negligência ou superpopulação. Tudo que essa permissão faz é dar às pessoas um incentivo para manter a reprodução e obter lucro, sem mencionar o sofrimento inerente no transporte e a dor sentida pelos cavalos mortos para consumo humano, enfim, a privação do direito básico à vida.
Enquanto os defensores dos direitos dos eqüinos estão jogando o “stop and go” com os tribunais quanto às inspeções do USDA, eles estão pedindo ao Congresso que aprove o SAFE Act (Safeguard American Food Exports), uma lei que proibirá o assassinato de cavalos para alimentação humana nos EUA e que irá proteger os cavalos e os consumidores ao proibir também a venda e o transporte destes animais e de sua carne destinados a matadouros.
Ajude! Assine a petição que apela ao Congresso a aprovação do “SAFE Act”, pela vida dos cavalos.
Nota da Redação: Além dos cavalos, todos os animais precisam ser retirados desta indústria cruel que os aprisiona e os reproduz unicamente para o abuso durante todo o processo produtivo e para a morte, tendo como objetivo o consumo humano. Nenhum animal pode ser considerado como próprio “para comer”, não pode haver gradação sobre a importância e sobre o valor da vida dos diferentes animais e, portanto, a luta por direitos animais e pelo fim de sua exploração engloba todos, sem exceção.