O marlin-azul de 300 kg e três metros de comprimento encontrado no canal da Barra da Lagoa, em Florianópolis, pode ter se ferido ou debilitado de alguma forma ainda longe da costa, parando na região por acaso. O peixe é comum em regiões tropicais e subtropicais de todos os oceanos, mas habita as áreas mais profundas e dificilmente é encontrado próximo à praia, como ocorreu no último fim de semana.
A espécie é conhecida popularmente com outros nomes, principalmente agulhão-negro e agulhão-azul. Eles são grandes nadadores e geralmente permanecem longe da costa devido à alimentação baseada em lulas e peixes oceânicos. Os maiores exemplares da espécie podem pesar mais de 600 quilos e medir até quatro metros de comprimento.
Para o oceanógrafo Paulo Ricardo Schwingel, professor da Univali, é difícil especular o que pode ter ferido um peixe deste porte, já que ele não tem predadores naturais. Schwingel explica que não existe pesca dirigida à espécie no Brasil e ele costuma ser capturado por acaso, em espinheis – cabos suspensos por boias, repletos de linhas com anzóis e iscas.
“Quando se vê um marlin-azul com uma mordida de tubarão, por exemplo, é muito provável que ele tenha ficado preso a algum anzol. É uma espécie que nada muito rápido, então dificilmente é arrastado pela corrente ou fica encalhado”, afirma Schwingel.
O marlin-azul faz parte da família dos atuns, que tem como características a cauda em meia-lua e o corpo alongado. Como habitam áreas mais quentes dos oceanos, são encontrados com mais frequência nas regiões de Vitória, Guarapari, Salvador, Ilhéus, Cabo Frio e Ilhabela, mas podem ser vistos até o sul dos Estados Unidos.
Fonte: Diário Catarinense