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SAÚDE

Março Amarelo: veterinária alerta para principais causas e sintomas de doenças renais em cães e gatos

Apesar da doença renal, que se desenvolve de forma silenciosa e contínua, não ter cura, caso seja detectada em estágio inicial, o tratamento é menos invasivo. Se não tratadas, podem levar a complicações graves e potencialmente fatais.

23 de março de 2023
4 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

O mês de março chegou e, com ele, um alerta sobre o risco de doenças renais em animais domésticos.

Este mês, conhecido na medicina veterinária como Março Amarelo, tem como foco as doenças renais que, por muitas vezes, se desenvolvem de forma silenciosa e contínua, sendo que as manifestações clínicas são visíveis apenas quando há perda significativa da capacidade do animal em urinar.

Uma doença renal pode ser caracterizada pela incapacidade dos rins de filtrar o sangue, destinando as impurezas para a urina. Além disso, pode haver problemas na produção de hormônios e na retenção de nutrientes, ambos fundamentais para o funcionamento adequado do organismo do animal.

Para compreender melhor as doenças renais nos animais, o g1 conversou com a médica veterinária Priscila Rizelo que explicou sobre o diagnóstico, sintomas, causas e consequências dessas doenças.

A veterinária ressalta a importância de um mês dedicado para conscientizar os tutores sobre os problemas renais de seus animais. Afinal, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças.

“Campanhas como essa trazem um alerta e tem um papel fundamental na comunicação e na conscientização dos tutores, para que conheçam as doenças renais que podem acometer seus animais, quais sinais devem estar atentos e o impacto do diagnóstico precoce em seu tratamento e manejo”, comenta.

Principais sintomas

Priscila informou que as condições, que progridem de forma lenta e irreversível, atingem cerca de um a cada três gatos e um a cada 10 cachorros.

Conforme Priscila explica, os sintomas mais comuns de doenças renais observados em gatos e cães são:

– Aumento de ingestão de água;
– Volume de urina;
– Perda de peso;
– Diminuição de apetite;
– Vômitos;
– Perda de energia.

Segundo a veterinária, é importante lembrar que mesmo antes dos sintomas se manifestarem, as lesões renais podem estar incubadas e progredirem por meses ou até anos, uma vez que os sintomas só aparecem tardiamente, quando aproximadamente 75% da função renal já foi perdida.

Diagnóstico

As doenças renais são degenerativas e, por isso, na maioria dos casos, não podem ser prevenidas. No entanto, a melhor medida de prevenção é realizar check-ups regulares e tomar cuidados para a manutenção da saúde, com uma nutrição de qualidade durante toda a vida do animal.

Os avanços na medicina veterinária ao longo das últimas décadas, segundo a médica, contribuem para que o tratamento ajude a minimizar as consequências metabólicas que ocorrem no organismo do animal, com o objetivo de promover maior qualidade de vida ao animal e retardar a progressão da doença.

Ainda assim, Priscila ressalta que é preciso atenção e avaliação de um veterinário na rotina clínica, para um diagnóstico precoce. Apesar de a doença não ter cura, caso seja detectada ainda em estágio inicial, o tratamento é menos invasivo.

“Em primeiro lugar, quanto mais cedo a doença for detectada, maior será o tempo disponível para que se estabeleça um plano de tratamento adequado e se monitore o progresso da doença.

Além disso, o diagnóstico precoce permite que o médico veterinário implemente medidas preventivas para minimizar o risco de complicações graves e prolongar a qualidade de vida dos animais”, salienta.

A melhor medida, de acordo com a veterinária, para o monitoramento da saúde renal de gatos e cães envolve a realização de exames laboratoriais e de imagem.

“A análise de sangue pode identificar alterações nos níveis de creatinina, ureia e eletrólitos, enquanto o exame de urina pode revelar a presença de proteínas e cilindros indicativos de dano renal”, explica.

Consequências e tratamentos

Uma vez diagnosticado, o animal com doença renal requer mudanças em sua dieta. O uso de medicamentos pode ser benéfico em alguns casos.

“A nutrição é ponto-chave no tratamento da doença, pois, apesar de seu caráter irreversível, a progressão da lesão renal e os sinais clínicos que debilitam o paciente podem ser minimizados pelas modificações dietéticas. A ingestão adequada de nutrientes fornece suporte à função renal, ajuda a minimizar efeitos negativos da uremia, além de contribuir para a adequada ingestão de calorias e manutenção do peso”, completa.

Se não tratada, Priscila reforça que as doenças renais podem levar a complicações graves e potencialmente fatais.

“Os resíduos e as toxinas que não são eliminados pelos rins se acumulam no organismo do animal, agravando sintomas como vômitos, diarreia e falta de apetite, contribuindo para que a lesão renal progrida de forma mais rápida. Com a progressão, algumas complicações como anemia, hipertensão, distúrbios eletrolíticos, problemas gastrointestinais, insuficiência cardíaca e danos aos ossos e as articulações podem ocorrer”, reforça.

Causas

Priscila ainda ressalta que a doença renal pode ter origem congênita – presente desde o nascimento – ou adquirida, com muitas causas possíveis para a perda inicial da função renal, como intoxicação, infecção e inflamação. Mas, na maioria das vezes, a causa primária é desconhecida.

“Trata-se de uma doença degenerativa, por isso a idade é um fator de risco importante, uma vez que ela acomete mais frequentemente gatos e cães em fase de envelhecimento. No entanto, doenças como hipertensão arterial e diabetes podem predispor ao desenvolvimento da doença. Infecções e medicações nefrotóxicas também podem comprometer a função renal”, explica a veterinária.

Fonte: G1

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