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SUSTENTABILIDADE

Marca brasileira desenvolve jeans com fibra de malva

Novo tecido compôs um dos looks de exposição na COP30, idealizada pela estilista ativista Alcimara Braga

1 de dezembro de 2025
Jussara Maturo
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Depois de apresentar o brim à base de malva amazônica em parceria com a marca Normando na SPFW N60, a Vicunha Têxtil avança para uma nova etapa com o lançamento de um denim produzido com a mesma fibra têxtil derivada de malva amazônica. Ainda sob acordo de confidencialidade com as marcas que participarão das primeiras colaborações, a empresa não revelou detalhes sobre as parcerias, afirmando que o projeto está em fase final de preparação. O interesse das marcas pelo novo tecido foi especialmente estimulado pela realização no Brasil da COP30, ampliando o foco sobre a Amazônia.

Entre as novidades, a empresa divulgou a colaboração com projeto da estilista ativista Alcimara Braga, de Belém. O tecido compôs um dos 7 looks apresentados na exposição montada na área reservada ao governo do Pará, na Green Zone, na COP30, resultado do projeto Amazônia e Resistência. É um vestido cuja parte de cima está recoberta com uma peça feita de palha reaproveitada de esteiras.

A confecção dos looks envolveu o trabalho da Coostafe, cooperativa de mulheres privadas de liberdade do sistema prisional paraense; e do artista visual Alan Soares.

Tecidos leves e resistentes

“Malva é uma fibra nativa, com apelo natural e sustentável, e que ganha novo valor quando inserida em um contexto de design e performance”, explica Renata Guarniero, gerente de marketing da Vicunha. Ela explica que industrialmente a malva tem características que precisam ser ajustadas na produção.

Tanto no brim quanto no denim, o resultado encontra tecidos leves, mas resistentes, de bom caimento, com respirabilidade e de aspecto que lembra a rusticidade do linho, comenta a gerente. No caso do brim, o tecido pode ser tinto em lavanderia ou sair de fábrica já colorido. Para o denim, suporta intervenções processadas em lavanderia como em um tecido 100% algodão.

Para esses dois lançamentos, a Vicunha vem estudando a fibra malva amazônica há questão de um ano. A produção dessas inclui a mistura de algodão com a malva. “A Vicunha ainda está desenhando o modelo de negócio para esses tecidos com malva. Mas é muito provável que entre no mercado assim de uma forma mais direcionada, fora do book, sob demanda”, explica Renata.

Fibra certificada

Nos dois lançamentos, a Vicunha usou malva amazônica da Castanhal (Companhia Têxtil de Castanhal), uma das maiores produtoras da fibra do Brasil. Além dos fios, o fabricante produz sacaria para uso agrícola, sacolas, fios para artesanato, fios para a indústria de calçados, e moda, entre outras, descreve documento público da Castanhal.

As plantações de malva, assim como as de juta, ocupam as várzeas dos rios da região amazônica, respeitando o ciclo natural das águas, sem desmatar a floresta e não utilizando fertilizantes, afirma a Castanhal, que conta com a certificação Fair Trade (de comércio justo) e IDB (insumo para produção orgânica).

Fonte: GBL Jeans

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