Mais 22 golfinhos foram mortos nas Ilhas Faroé durante o Grindadráp, uma caça a baleias e golfinhos que há séculos vem sendo denunciada por organizações de defesa animal. O número pode parecer pequeno quando comparado a outros anos, mas isso não torna suas vidas menos valiosas.
A cena se repete ano após ano quando grupos inteiros de golfinhos e baleias-piloto são encurralados e forçados para a costa, onde são mortos de forma brutal. “Reduzir essas mortes a estatísticas é apagar a verdade: famílias inteiras são destruídas diante dos olhos de todos”, afirmou a organização Sea Shepherd, que acompanha os massacres desde os anos 1980.
O Grindadráp tem recebido crescente condenação internacional. Em 2024, 745 cetáceos foram mortos nas Ilhas Faroé, incluindo 153 golfinhos. Apenas neste ano, quase 300 baleias-piloto já foram mortas, tingindo as praias de vermelho.
“Não existe tradição que justifique a destruição da vida marinha em escala tão cruel”, reforça a Sea Shepherd.
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A resistência e a vigilância internacional
Desde 1983, a Sea Shepherd atua diretamente nas ilhas, registrando cada caçada, denunciando a complacência das autoridades locais e pressionando instituições internacionais por mudanças. O grupo reforça que a União Europeia e a comunidade global precisam assumir maior responsabilidade diante da continuidade dos massacres.
O trabalho vai além da denúncia, envolve articulação com organizações ambientais, campanhas de conscientização e presença física nas ilhas para tentar dissuadir novos ataques. A cada expedição, a Sea Shepherd busca mostrar ao mundo que, por trás da justificativa de “tradição”, há apenas sofrimento e sangue derramado.
A luta continua
A pressão internacional cresce, mas os animais continuam sendo mortos. Para os defensores dos direitos animais, cada golfinho ou baleia representa um indivíduo que deveria permanecer livre em seu habitat natural.
“O impacto do Grindadráp não pode ser medido em números, mas em vidas interrompidas. Esses animais não são símbolos culturais, mas seres que compartilham laços familiares profundos e têm direito à vida e ao oceano”, reforça a organização.