Manifestantes protestaram neste fim de semana no Zoo de Brasília contra a decisão da Justiça de devolver ao Le Cirque animais apreendidos por maus-tratos, em 2008. Faixas e cartazes foram colocados no local por representantes de Organizações Não Governamentais. Os representantes do Le Cirque já tinham sido condenados. Mas há duas semanas, a Justiça federal absolveu o circo, considerando que faltam provas de maus-tratos.
– Eles ficam submetidos a condições desumanas, reclusão de movimento,e espaço, alimentação deficiente – diz o diretor do Zoológico Bernardino da Gama Filho.
No total, 22 animais do circo foram apreendidos há três anos. Em Brasília estão seis – um rinoceronte, um elefante, um camelo, um hipopótamo e duas lhamas.
Os desembargadores concluíram que não havia provas suficientes para comprovar os maus-tratos aos animais. As condições de transporte e alojamento a que os bichos foram submetidos eram consequência natural do modo de vida circense, de acordo com a decisão.
– As condições nômades destas empresas de espetáculos populares não mais encontram espaços físicos nas cidades do Brasil urbano, o que impõe é uma união, de improvisos e de sofrimentos, dos homens e dos animais, sob as mesmas lonas escaldantes do circo.
O diretor-presidente do Zoológico da Brasília, José Belarmino da Gama, preparou um relatório comparando a situação dos animais quando chegaram ao parque e as condições atuais.
– Os animais estão sendo muito bem cuidados aqui por técnicos, tratadores e veterinários. Muito diferente da situação em que eles se encontravam. Estavam sujeitos à restrição de movimento, transportes sucessivos. Eram ariscos, o estresse era visível.
Fonte: O Globo