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Manifestantes pedem punição a agressores de animais em Itapetininga, SP

23 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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Manifestantes fizeram passeata nas ruas do centro de Itapetininga, SP (Foto: Gláucia Souza / G1)

Pessoas ligadas a entidades de proteção aos animais e moradores saíram as ruas, neste domingo (22), com o objetivo de protestar contra a crueldade aos animais. Em Itapetininga, interior de São Paulo, o evento reuniu aproximadamente 50 pessoas que fizeram uma passeata com cartazes exibindo imagens de animais torturados, espancados e mortos, além de frases de protesto contra o atual procedimento de punição aos agressores. Na região, houve mobilização ainda em Tatuí e Tietê.
De acordo com Eliana Bazolli, da ONG SOS Animais, e uma das coordenadoras da manifestação na cidade, no Brasil a lei trata os casos como crimes de menor poder ofensivo, portanto, a pena é prisão de três meses a um ano e multa. A punição está prevista no artigo 32 da lei 9605 contra crimes ambientais. “Mesmo assim, muitos casos nem são julgados, é o agressores continuam agindo com crueldade com os animais”, ressalta.
O movimento “Crueldade Nunca Mais” pede maior rigor nas leis. Segundo os organizadores, no Congresso em Brasília, Distrito Federal, tramita um projeto com propostas de punição mais rigorosa. “A pena contra o agressor seria de prisão de até quatro anos, além de multa. Com isso, tenho certeza que não teríamos mais tantos casos de violência contra os bichos”, afirma Eliana.
A mobilização ganhou as ruas depois da divulgação de casos recentes que flagrantes de maus-tratos em diversas cidades do país. A operadora de máquina Helen Juhass, que participou do protesto junto um dos cinco cães que tem em casa, afirma que é apaixonada por animais. Ela disse que sofre ao ver histórias de crueldade. “O caso da professora que espancou até a morte uma cachorrinha, foi terrível. Eu não consegui ver o vídeo até o final. Caí em prantos”, conta.
De acordo com a vice-presidente da ONG UIPA (União Internacional Protetora dos Animais), Salete Oliveira, não é preciso ir muito longe para identificar casos de maus-tratos. “Essa semana tivemos um caso que nos deixou chocados aqui em Itapetininga. Um homem ficou irritado com o latido de um cachorro de três meses da casa vizinha. Ele pegou uma arma e matou o animal”, conta.
Outro caso lembrado foi de um cavalo abandonado em um terreno no bairro Estância Conceição, área rural do município. O animal estava com as patas quebradas e foi deixado agonizando. O cavalo precisou ser sacrificado. Segundo Salete, além de casos de abandono, outras agressões que acontecem na região são espancamentos, facadas e até estupro de animais.
Salete é fiscal responsável da Delegacia da UIPA. Ela conta que atualmente 43 ocorrências de casos graves de maus-tratos foram apresentadas à justiça local. “Diariamente recebemos chamadas para socorrer algum animal que está sendo maltratado”, ressalta.
Ela ressalta que os vizinhos são os principais aliados no combate a esse crime. “Cada cidadão é um fiscal, portanto ao ouvir a agressão, deve acionar a polícia e as entidades protetores como a UIPA e SOS Animais”, afirma.
Caso de psicopatia
Durante a manifestação, os organizadores apresentaram dados que ligam os casos de maus-tratos aos animais com a psicopatia. Segundo Eliana, pessoas que maltratam animais são assassinos em potencial. Ela descreve sobre um estudo feito pelo FBI (Departamento da Polícia dos EUA) que mostra que 80% dos assassinos em série começaram os crimes maltratando e matando animais. Já outro estudo mostra que a psicopatia começa a se manifestar por volta dos 8 anos de idade. “A criança é cruel com animais nesse primeiro momento de manifestação do problema. Então, agir em proteção aos animais é também agir em proteção a sociedade, que irá identificar indivíduo que possam sofrer de distúrbio psicótico”, afirma.
Fonte: G1

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