Entre 250 e 300 pessoas manifestaram-se este domingo em frente ao SEA LIFE Londres para exigir a libertação de 15 pinguins-gentoo (Pygoscelis papua) mantidos “numa cave sem janelas, sem luz do dia nem ar fresco”.
O protesto foi organizado pela organização britânica Freedom for Animals, com apoio da Born Free, e juntou figuras públicas, como o famoso naturalista e ambientalista Chris Packham, a conservacionista Megan McCubbin, o empresário Dale Vince e o músico irlandês Feargal Sharkey.
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Os manifestantes exigiam que o proprietário do aquário, a Merlin Entertainments, transfira os pinguins para instalações que lhes proporcionem as condições de vida adequadas à sua espécie.
“É devastador pensar que estes notáveis pinguins, aves de mares gelados e vastos céus, estão confinados a uma cave sem janelas em Londres”, diz Packham, citado em comunicado.
Para o naturalista, ecoando a multidão manifestante, os 15 pinguins-gentoo no SEA LIFE Londres estão numa “prisão” e “o público não aceitará a exploração de animais por lucro sob a guisa de entretenimento”.
De acordo com a Born Free, algumas dessas aves, em tempos e noutros locais, já viveram ao ar livre, mas estão há 14 anos “debaixo de terra”. Outras nunca chegaram a vislumbrar o céu.
Feargal Sharkey afirma que “da mesma forma que lutamos pelos nossos rios, também temos de lutar pela vida selvagem”. O músico irlandês declara que a atual forma de cativeiro a que os pinguins estão sujeitos “é vergonhoso, é desnecessário e tem de acabar”.
Os pinguins-gentoo são considerados os nadadores mais velozes de todas as espécies de pinguins, podendo atingir 35 quilómetros por hora. Além disso, podem mergulhar a mais de 150 metros de profundidade. Contudo, diz a Born Free, no SEA LIFE Londres, os pinguins têm uma piscina com cerca de metros de profundidade.
“Prender os pinguins numa cave é o oposto de conservação. Não nos ensina nada sobre a natureza nem sobre como respeitá-la. É simplesmente crueldade, vendida como diversão para toda a família”, acusa Dale Vince.
O protesto acontece no âmbito da campanha “Libertar os 15” (“Free the Fifteen”, no inglês original”), lançada em janeiro de 2024 pela Freedom for Animals, argumentando que os pinguins-gentoo não são uma espécie ameaçada (está classificada como “Pouco preocupante” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza), pelo que não há justificação conservacionista para mantê-la e reproduzi-la em cativeiro.
Fonte: Greensavers