Por Vinicius Siqueira (da Redação)
Duas manifestações simultâneas contra o abate de equinos para consumo ocorrerão no dia 19 de outubro em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Segundo a página do evento, a manifestação terá como foco o abate de equinos para exportação (que serão, posteriormente, utilizados para consumo) que ocorre no Brasil há décadas e que é tido como uma solução para o abandono de animais que não são mais úteis para outras forma de exploração, como em veículos de tração animal, mas outros dois pontos também farão parte da pauta das manifestações: a proibição do abuso de cavalos em veículos de tração animal (como charretes, carroças e carruagens) e a criação de santuários para os animais que forem libertados das atividades de escravidão a que são submetidos ou abandonados por tutores inconsequentes.
Uma petição pode ser assinada no site Change que pede o fim do abate de “equinos, equídeos, mulas e jumentos em todo o território nacional”.
Os cavalos explorados como tração animal carregam veículos sobrecarregados, são submetidos a trabalhos forçados sem pausas durante longos percursos e estão vulneráveis a escoriações e doenças causadas pelo extremo cansaço devido ao trabalho incessante. Também podem desenvolver lesões em seus membros e doenças pulmonares que resultam da alta inalação de monóxido de carbono. Quando não “servem” mais para o abuso, são abandonados por seus tutores. O matadouro que, para os tutores sem escrúpulos, é a forma mais vantajosa de lucrar com a morte do cavalo, é um destino cruel e desumano para estes animais.
Proibição de Carroças
Recife (PE) e Natal (RN) são duas cidades que proibiram recentemente o uso de carroças. Na cidade pernambucana, o projeto proposto pelo Secretário-executivo de Direitos dos Animais, Rodrigo Vidal, estabelece que todos os animais resgatados serão enviados para abrigos e locais de recuperação até estarem saudáveis para adoção, que será supervisionada pela Secretaria-executiva de Direitos dos Animais.
Todos os carroceiros serão cadastros e qualificados para exercerem outra atividade remunerada e, em caso de reincidência, será cobrada uma multa de R$500.
Natal, por sua vez, tem cinco anos para retirar todos os veículos de tração animal das ruas. Após ação de autoria do Ministério Público Estadual, o Juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Luiz Alberto Dantas Filho, entendeu que o projeto vai “procurar resolver de forma sensata esse embaraço envolvendo a presença de carroças de tração animal nas vias públicas da capital do Estado, causando os mais variados tipos de transtornos em relação ao trânsito, à limpeza pública, ao meio ambiente, ao tratamento desumano dos animais explorados para mover as carroças, entre outros aspectos”.