EnglishEspañolPortuguês

RECORRENTE

Mais um caso: peão é arrastado por touro em rodeio no interior de São Paulo

Jovem peão de 20 anos foi arrastado pelo touro após a fivela da bota prender no arreio. Ele foi socorrido e está internado em estado estável

18 de maio de 2025
Redação ANDA
4 min. de leitura
A-
A+
Foto: Reprodução

Toda a sociedade precisa urgentemente olhar com honestidade para o que realmente são os rodeios: espetáculos de violência travestidos de diversão.

Durante a Festa do Peão de Hortolândia (SP), um jovem de 20 anos foi arrastado e pisoteado por um touro em desespero. Enquanto muitos se horrorizaram com a cena, poucos se perguntaram: o que o pobre animal estava sentindo.

O pé do peão ficou preso ao arreio, uma cinta amarrada ao corpo do touro que, junto com espora e outros instrumentos de tortura, é usada para provocar dor e forçar o animal a reagir. O touro, visivelmente sentindo dor, pulava desesperadamente, tentando se livrar de algo que lhe causava sofrimento.

Enquanto o jovem foi socorrido e levado ao hospital, onde encontra-se estável, o touro mais uma vez foi ignorado.

Um ser senciente, que sente medo, dor, estresse, que tem um corpo vulnerável como o nosso, é obrigado a suportar dias e noites de exploração, sem descanso, sem escolha, sem escapatória.
É inaceitável que, em pleno século 21, ainda aplaudamos o sofrimento como forma de lazer. Como pode uma sociedade se comover com o sofrimento humano e, ao mesmo tempo, vibrar com a tortura de outro ser vivo? A mesma cena que causa pavor quando envolve um peão, é aplaudida quando infligida aos animais.

Os rodeios não são esporte, nem festa. São espetáculos de crueldade institucionalizada, que banalizam o sofrimento animal e colocam vidas humanas em risco. Acidentes como este não são exceção — são parte do próprio mecanismo de dor que sustenta essa atividade.

É preciso dizer basta. Basta de romantizar práticas que causam sofrimento. Basta de normalizar a dor como entretenimento. Basta de ignorar os direitos animais em nome do lucro.

O touro não está ali por vontade própria. Ele não escolheu estar sob holofotes, ser montado, esporeado. Ele foi forçado. E isso, por si só, já deveria ser motivo de repulsa.
É urgente que o Brasil avance para um novo tempo. Um tempo em que nenhuma vida — humana ou não-humana — seja usada, explorada ou ferida em nome da diversão ou de qualquer outra coisa. Rodeio não é cultura. Rodeio é crueldade. E a crueldade não deve ter palco.

Veja o vídeo:

 

    Você viu?

    Ir para o topo