Após um ano com o caso parado, o Ibama pode finalmente procurar destinos adequados para as 15 girafas que sofreram maus-tratos em Mangaratiba, no Rio de Janeiro. Em maio de 2022, a ANDA, em parceria com outras ONGs em defesa dos direitos animais ingressou com um pedido de habeas corpus para libertar os animais selvagens e encaminhá-los para santuários.
Os animais estão há 487 dias num terreno de um resort em Mangaratiba, no litoral do Rio. Elas foram importadas da África do Sul pelo Bioparque, o zoológico do Rio, que usou como justificativa um projeto de preservação da espécie. Os animais ficariam no resort apenas durante um período de quarentena.
Depois de um ano sem ir até o local onde estavam as girafas, a fiscalização voltou. A entrada da equipe de reportagem não foi autorizada pelo resort.
No ano passado, quando a história das girafas ficou conhecida, três das 18 delas tinham morrido no espaço ainda improvisado. A hipótese mais provável para a causa das mortes é a miopatia de captura, uma lesão de músculos e órgãos por esforço excessivo. “É comum na captura de animais, e animais selvagens são muito mais suscetíveis a condições de estresse”, explica um especialista.
Esse é o ponto: “São animais selvagens que estão tendo que ser domesticados para aceitar essa nova condição da vida delas, que é o cativeiro”, diz o analista ambiental Roberto Cabral.
A estrutura do cativeiro melhorou, mas, segundo o especialista, os animais precisam de muito mais.
“Esse animal agora consegue andar, dar pequenas corridas, mas não consegue exercer todo o comportamento que exerceria num ambiente natural. Ainda é pouco, porque elas tinham a liberdade à frente e, agora, têm cercas”, explica Cabral.
Segundo o Ministério Público, a cronologia da importação se iniciou em seis de outubro de 2020. Ambientalistas e organizações protetoras de animais se mobilizaram e há cerca de um ano e conseguiram uma vitória na Justiça.
O Bioparque do Rio reiterou o compromisso com o bem-estar dos animais sob sua gestão, afirmando que as 15 girafas estão em recintos dentro das normas.
Fonte: G1
