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Mais de oito mil assinaturas são recolhidas pelos animais

5 de dezembro de 2011
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Mais de 400 participantes estiveram na marcha da Associação Protetora de Animais Abandonados de Macau, realizada domingo (4). A organização espera convencer o Governo a aprovar uma lei.
“Quando vai haver leis que protejam os animais contra maus tratos?”. A pergunta podia ser lida nas faixas vermelhas empunhadas pelos participantes na “Marcha pelos Animais”, repetindo o repto lançado já em 2008 pela Associação Protetora de Animais Abandonados de Macau (AAPAM, na sigla inglesa). A organização diz que não vai parar até que alguma coisa seja feita.
Passados três anos desde a última iniciativa de protesto, a exigência ainda não encontrou resposta. Por isso, mais de quatro centenas de pessoas saíram ontem à rua para reivindicar ação por parte do Executivo – principalmente, do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), organismo que tem em mãos o processo legislativo e que, recentemente, justificou atrasos na apresentação de uma proposta alegando desatualização do trabalho já alcançado face aos critérios adotados internacionalmente.
A manifestação, com início pelas 16h30, teve concentração na Praça do Tap Seac e percorreu a cidade até à sede do Governo, na Avenida da Praia Grande. Alguns participantes foram acompanhados por seus animais. No destino final, a AAPAM entregou uma petição com mais de 8400 assinaturas – entre estas, as dos deputados Pereira Coutinho e Ng Kuok Cheong, que se juntaram à iniciativa.
Entre os cartazes exibidos, eram visíveis imagens de gatos presos em armadilhas e de maxilares de cães – terão sido mortos ou alvo de maus-tratos. A AAPAM diz receber, pelo menos, uma denúncia de abuso a cada mês, mas lamenta a falta de instrumentos para penalizar quem maltrata os animais. Segundo a presidente da organização, Yoko Choi, os pedidos de ajuda às autoridades não têm quaisquer consequências.
“Apenas as lojas de animais devem poder vender cães e gatos, mas há uma mercearia que vende gatinhos, e que esconde numa caixa de plástico a progenitora”, exemplifica a dirigente associativa de 47 anos. “Depois de termos filmado todo o processo de venda, mostrando os preços cobrados, o IACM diz-nos que as imagens não são válidas como prova porque não foram recolhidas pelos seus funcionários”, explica Choi.
A presidente da AAPAM defende que, sem legislação que suporte a sua ação, aqueles que trabalham na área da proteção dos direitos dos animais não têm quaisquer meios para agirem.
A organização afirma também que há ainda estabelecimentos de restauração do território que comercializam carne de gato e de cão, por existir procura. Quem mora perto sabe habitualmente onde encontrar tal oferta, mesmo que esta não seja abertamente publicitada nos menus dos restaurantes.
“Até as autoridades do Continente já têm regulamentação para proteger os direitos dos animais. É patético que Macau, que diz ser uma cidade de turismo e de harmonia, ainda não tenha”, lança Yoko Choi.
Fonte: Ponto Final

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