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Mais de mil pinguins são resgatados na costa brasileira em 2021

4 de setembro de 2021
Beatriz Lisanti | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação\R3 animal

A temporada de migração de pinguins de 2021 está gerando alertas preocupantes. A Associação R3 Animal já registrou até agora 1.118 pinguins nas praias da Ilha de Santa Catarina, e apenas 129 estavam vivos no momento do resgate. As aves resgatadas estão tão debilitadas que muitas vezes morrem no caminho para o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/Animal). Os pinguins encontrados mortos que não estão em avançado estágio de decomposição são trazidos para o CePRAM e passam pelo exame necroscópico para tentar identificar a possível causa da morte.

De acordo com o veterinário Sandro Sandro, a maioria dos animais que chegam mortos ou que vêm a óbito no CePRAM têm sinais claros de asfixia/afogamento. “Alguns deles com indícios de interação antrópica, tais como desgaste de penas e hematomas em aleta (asas). Mas, invariavelmente, todos com o pulmão comprometido, com acúmulo de secreção serosanguenolenta espumosa, que são indicativos fortes de asfixia/afogamento, possivelmente provocados por interação com redes de pesca”, explica Sandro.

Em meados do outono, as aves que chegam a costa brasileira saem principalmente das colônias na Patagônia/Argentina, na Península de Valdez. Até o fim do mês de agosto, a equipe da R3 já resgatou 932 pinguins, e apenas 91 pinguins estavam vivos no momento do resgate. Em julho, foram resgatados 182 pinguins, e apenas 36 estavam vivos. Em junho, foram apenas dois registros e as aves estavam mortas. Os primeiros registros dessas aves este ano ocorreram em maio, com apenas dois animais vivos.

Atualmente, a R3 está com 21 pinguins em reabilitação no CePRAM, 14 são sobreviventes dos animais resgatados nas praias da Ilha de Santa Catarina. Os restantes são de outras instituições executoras no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS): 2 da Univali/Penha, 2 do LEC/UFPR, 1 da Udesc/Laguna, 1 da Univille/São Francisco do Sul e 1 do IPeC/São Paulo.

Divulgação/R3 animal

A temporada dos pinguins vai até setembro, quando os animais começam a voltar para suas colônias. A maioria dos pinguins que estão na região nadam em grupos mar adentro. Já os pinguins que encalham nas praias, em sua grande maioria, são animais ainda jovens, em seu primeiro ano de vida. Como são inexperientes, é comum que alguns animais tenham dificuldade em se alimentar, se percam dos bandos e fiquem debilitados, encalhando nas praias. Também existem aqueles que interagem com petrechos de pesca. Mesmo não sendo fauna alvo são capturados incidentalmente. É a chamada captura bycatch, ou seja, não intencional.

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