Por Raquel Soldera (da Redação)
Mais de mil pessoas, entre jovens, idosos, protetores dos animais e toda a comunidade chilena protestaram na última quinta-feira, 9, contra um decreto municipal que prevê multa para quem alimentar animais que vivem nas ruas em Valparaíso, no Chile.
Segundo informações divulgadas na PrensAnimalista, os manifestantes exigiram o direito de alimentar e abrigar animais abandonados nas ruas.
O decreto municipal 591, assinado pelo prefeito Jorge Castro, é baseado na proibição de dar comida aos animais nas ruas ou instalar um abrigo de animais, sob pena de multa de até 200 dólares.
Gonzalo Fernández Aravena, diretor da Protetora de Animales, disse que o decreto é antiético e cruel, já que, com isso, os animais que vivem nas ruas morrerão de fome.
“A lei municipal que não permite dar comida ou abrigo aos animais abandonados em Valparaíso foi impugnada como ilegal em 2003, com os fundamentos jurídicos em um documento que confirma isso. Nós não permitiremos que os mais vulneráveis da sociedade passem fome”, disse Gonzalo.
Além do decreto, a prefeitura de Valparaíso assinou um acordo com a Sociedade Protetora dos Animais para que duzentos cães abandonados sejam levados para o canil que está localizado na área de Laguna Verde, em Valparaíso. No entanto, o abrigo não tem condições de receber os animais.
“O abrigo Laguna Verde está cheio. Cerca de 540 animais vivem lá, e não há justificativa para que mais 200 sejam levados para lá à força. Isto atenta contra o bem-estar dos cães, pois eles viveriam em condições de superlotação e estresse constante”, disse Gonzalo.
Espera-se que as autoridades locais tomem providências para que políticas públicas visando à conscientização sobre a importância da adoção, da castração e da guarda responsável de animais sejam implementadas na região, já que deixar que os animais morram de fome nas ruas, além de penalizar aqueles que se preocupam com os animais abandonados e ser uma atitude cruel e injustificável, está longe de ser uma solução para a falta de responsabilidade humana.
