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Mais de mil espécies de insetos são descobertas na Mata Atlântica

10 de outubro de 2011
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Estudiosos da USP de Ribeirão Preto conseguiram catalogar cerca de mil novas espécies de insetos, apenas entre moscas e mosquitos, na biodiversidade brasileira na Mata Atlântica.

O estudo foi desenvolvido pelo programa Biota, da Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. A pesquisa também conta com estudiosos de outras universidades e ainda está em andamento e a expectativa dos especialistas é localizar cada vez mais espécies.

Os pesquisadores estimam que, para cada espécie conhecida há outra não descoberta. “Muitas delas, nunca haviam sido descritas antes”, revela o coordenador do projeto, Dalton de Souza Amorim, professor do Departamento de Biologia, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (SP).

O estudo foi realizado em regiões de Mata Atlântica, compreendendo partes do estado de Santa Catarina até a Paraíba, sul de Goiás, oeste de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

No interior de São Paulo, foram registradas novas espécies nas regiões de Ribeirão Preto, Sertãozinho, Batatais, Matão, Assis e Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema.

A primeira etapa do estudo levou sete anos para ser concluída. Um dos dados revelados pelo estudo é que há espécies que são exclusivas das matas no Interior. Isso revela a regionalização da biodiversidade entre regiões brasileiras. Como o clima no interior é mais seco, nem todas as espécies que existem aqui se adaptariam ao clima da Serra do Mar, por exemplo. Por isso a conservação da mata nesta região é fundamental.

Interior ameaçado

Outra revelação que resulta da pesquisa é que a ameaça de extinção da fauna das florestas do interior é maior do que no litoral.

O motivo é que há um número grande de unidades de conservação na Serra do Mar, o que não acontece com as áreas no interior.

Com as monoculturas de cana-de-açúcar, soja e laranja no interior do país, as poucas áreas restantes de floresta estão sob risco. “A atividade agrícola é necessária, mas precisa de limites para que espécies não desapareçam. E a área de Ribeirão Preto é a mais desprotegida. Temos algumas unidades, mas pequenas e mal cuidadas em termos de garantir a preservação”, diz o pesquisador, citando a Mata de Santa Tereza em Ribeirão e a Reserva Biológica Augusto Ruschi, em Sertãozinho.

Dalton afirma que a fauna das reservadas da Serra do Mar tem uma rede de proteção mais ampla, amparada por leis ambientais e investimentos governamentais de institutos de pesquisa e de ONGs. O mesmo não acontece com as áreas da região, onde os investimentos são escassos.

Fonte: A Cidade

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