Desde dezembro de 2022, dois ou três agentes ambientais temporários caminham diariamente cerca de três quilômetros da praia de Guriri, em São Mateus, no litoral do extremo Norte do Espírito Santo, próximo à divisa com a Bahia. O objetivo é retirar os fragmentos de óleo da areia e proteger a desova das tartarugas marinhas. Até a primeira quinzena de janeiro deste ano, cerca de 600 quilos de fragmentos já foram recolhidos.
De acordo com o Centro Tamar/ICMBio, Guriri é considerada área prioritária de conservação das tartarugas marinhas no Brasil, e o local onde os fragmentos se concentram é justamente onde os animais colocam os ninhos.
De acordo com analista ambiental do Projeto Tamar Kelly Bomach, o óleo foi identificado na praia dois meses antes da varredura começar, em outubro.
“Esse monitoramento é feito em 32 quilômetros de praia. Nas praias onde a prefeitura não faz a limpeza. Essa área todinha tem ninho de tartaruga”, disse.
A analista explicou ainda que, desde dezembro, foram recolhidos mais de 600 quilos de fragmentos de óleo.
“Hoje os fragmentos são menores e como a gente já fez a retirada de muito óleo, do início de dezembro até hoje, os fragmentos são pequenos, do tamanho de uma moeda, são bem espaçados, mas ainda continuamos tirando e encontrando óleo”, disse.
Varredura
Os fragmentos encontrados são endurecidos por fora, pegajosos e brilhantes por dentro. O trabalho de varredura é feito sempre pela manhã, quando a maré ainda está baixa.
Segundo o agente ambiental temporário Umberto Teixeira, a varredura é minuciosa, sendo necessário o uso da peneira para retirar da areia somente o óleo.
“A gente tem que passar na peneira com bastante paciência, senão cai outros produtos sem ser o óleo. A gente também conscientiza os banhistas no sentido de ver a situação do óleo, estar comunicando pra gente fazer o levantamento e recolhimento do óleo”, disse.
Após o recolhimento, o material é levado para a base do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Guriri para a pesagem e armazenamento.
Segundo o Centro, ainda não um local adequado para o descarte de óleo coletado, mas o Instituto está conversando com a empresa para dar uma destinação correta aos fragmentos.
Fonte: G1