Uma operação no Rio de Janeiro resgatou nesta semana 167 aves silvestres traficadas. Do total, 163 estavam sendo transportadas de maneira chocante: dentro de sacolas de cebolas fechadas, sem ventilação, alimento ou água. Eram cerca de 40 em cada saco, e elas estavam no banco de trás de um carro interceptado pela Polícia Civil na BR-101, altura da cidade de Rio Bonito. Apontado como o maior traficante de animais do estado, um homem conhecido como Juninho de Magé foi preso em flagrante. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Ibama e a Polícia Federal também participaram das ações desta semana, realizadas entre quarta e quinta-feira.
Juninho de Magé foi preso na noite de quarta. Ele teria caçado os animais na tarde do mesmo dia em Rio Bonito e os venderia em feiras clandestinas, principalmente em Duque de Caxias. Um outro investigado também foi detido na ocasião. As aves seriam canários-típio e caboclinhos.
No dia seguinte, a força-tarefa percorreu quatro endereços em Magé usados por ele como cativeiros. Neles, encontraram aves exóticas e raras. Na lista estão dois Calafates (Lonchura oryzivora), um Tiziu (Volatinia jacarina) e um Coleirinho (Sporophila caerulescens). A polícia também encontrou cinco mortas. No lugar, ainda havia anilhas falsificadas, roupas táticas, materiais de caça, celulares, computadores e planilhas de pagamento.
Libertadas na natureza
A força-tarefa envolveu trabalho de inteligência de instituições estaduais e federais. De acordo com o Inea, a maior parte das aves já foi devolvida à natureza. Os Calafates, por serem exóticos, estão no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), em Seropédica, onde passarão por avaliação veterinária.
Os envolvidos poderão responder por crime ambiental, incluindo cativeiro ilegal e maus-tratos de animais silvestres e exóticos.
Fonte: Revista Veja