Por Raquel Soldera (da Redação)
O proprietário de uma fazenda de filhotes em Romulus, uma cidade de Nova York, nos Estados Unidos, admitiu ter matado 93 filhotes de cães em uma câmara de gás “improvisada” em seu canil.
De acordo com a organização PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, em tradução), David Yoder, que cria poodles, bichon frises, malteses e boston terriers para serem comercializados, confessou ao inspetor do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos que matou os animais em seu canil Acres Black Diamond, após ser informado que teria de fazer exames para identificar se os animais estavam com brucelose canina, e realizar o tratamento dos soropositivos.
A brucelose é uma doença que acomete cães e tem o contato sexual como principal via de transmissão. Aborto e infertilidade são os sintomas mais comuns. É causada por bactérias do gênero Brucella, que podem infectar o cão. O tratamento pode ser realizado mediante a utilização de antibióticos indicados especificamente para a doença.
Para não realizar os testes de brucelose nos animais, David Yoder colocou-os em uma caixa de parto, em grupos de cinco ou seis filhotes, fechou a caixa com uma tampa e ligou o motor de um trator. Os cães morrreram asfixiados com a fumaça, no mesmo local onde nasceram: uma caixa de parto em uma fazenda de filhotes.
David Yoder violou a lei federal americana que proíbe donos de canis de realizar a eutanásia de animais, e também violou a lei estadual de Nova York, que proíbe que animais sejam mortos com gases de escape de automóveis. Ele teve a licença de seu canil suspensa, e está sendo investigado pelo Departamento de Agricultura americano, e pela polícia local. Poderá ser condenado a pagar multa de até 10 mil dólares por cada violação da lei americana de bem-estar animal.
A atitude cruel e desumana de David Yorder reflete a visão gananciosa das pessoas que, em pleno século XXI, exploram o comércio de seres vivos, tratando os animais como “coisas”, meros objetos para a satisfação de supostas necessidades de “consumo” dos seres humanos.
Essa continuidade de exploração, servidão e descaso só terá fim quando cada indivíduo mudar seu comportamento em relação a qualquer atitude ou atividade que promova a falta de respeito aos animais, que são sujeitos de direito e, comprovadamente, seres sencientes, que sofrem como qualquer um de nós.
Enquanto milhares de animais são sacrificados em abrigos, outros são submetidos a condições degradantes de maus-tratos e sofrimento, explorados em verdadeiras “fábricas” de filhotes. A adoção é a única maneira de evitar que mais animais sofram nas mãos de seres humanos.