Por David Arioch
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 90% da população mundial vive em áreas onde os níveis de poluição do ar estão abaixo dos padrões de segurança.
Milhões de mortes prematuras em todo o mundo podem ser atribuídas a substâncias nocivas na atmosfera como resultado de atividades humanas. A poluição do ar custa à economia global cinco trilhões de dólares por ano em gastos com saúde e bem-estar.
A poluição atmosférica põe em perigo a nossa saúde, os nossos habitats, mas também o nosso patrimônio ambiental comum. Tem um impacto negativo nas áreas terrestres, marinhas e costeiras e causa perturbações nos ecossistemas reguladores que são fundamentais para a qualidade de vida global das sociedades humanas e para a saúde das terras, mares e outras espécies vivas:
“Reduzir a poluição do ar é proteger o meio ambiente, preservando a biodiversidade e mitigando a mudança climática, o que compõe um dos desafios mais prementes de hoje.”
Essa observação está destacada no primeiro Relatório de Avaliação Global sobre Biodiversidade, lançado em maio pela Unesco, durante o encerramento do plenário da Plataforma Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES).
O relatório alerta para a deterioração sem precedentes da natureza e de seus processos ecológicos e evolutivos que nos fornecem ar de qualidade, água fresca e solos saudáveis.
Também enfatiza a necessidade de tomar ações coletivas urgentes e imediatas para preservar a estrutura viva do planeta. Fazer isso é nosso dever de solidariedade para as gerações futuras, segundo a Unesco.
“Reduzir a poluição do ar exige não apenas mudança tecnológica, mas também uma mudança de mentalidade em relação a questões ambientais, políticas inovadoras e regulação social”, defende a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
E acrescenta: “Sabemos que quanto mais as pessoas se aproximam de seu ambiente natural, mais provável é que apreciem a natureza e sua biodiversidade, tenham consciência de nossa herança comum e compreendam a importância fundamental do ar puro de que todos dependemos para a vida, bem-estar e para o futuro do nosso planeta.”