Incêndios que atingiram a Reserva do Patrimônio Particular Natural (RPPN), em Mato Grosso, mataram 9.577 macacos-prego em 2020. Os dados pertencem a estudos preliminarea que concluíram que essa espécie foi a mais afetada pelo fogo que devastou a região.
Os pesquisadores encontraram também 6.743 porcos-do-mato e 3.616 jacarés mortos na reserva ambiental situada em Barão de Melgaço, a 121 quilômetros de distância de Cuiabá.
Para realizar o levantamento, 400 km dos 108 mil hectares da reserva foram percorridos por pesquisadores do Grupo de Estudos em Vida Silvestre (Gevs). Foram encontradas no local 55 espécies, a maior parte de mamíferos.
As queimadas que destruíram 93% da reserva não só mataram animais queimados, mas também através de problemas respiratórios e por falta de recursos. “Animais de médio e grande porte parecem ter sido mais afetados em áreas mais secas e mais florestais e nos tanques. A severidade dos incêndios influenciou as fatalidades”, disse ao G1 o biólogo Ismael Brack.
“O macaco-prego e o porco-do-mato são espécies mais florestais. Possivelmente, vão sofrer bastante na recuperação por dependerem de recursos alimentares relacionados às florestas – frutas de árvores e palmeiras – que também foram impactadas nos incêndios e tem um processo mais lento de recuperação”, completou.
A fauna precisa de alguns anos para se recuperar. No entanto, estimativas de novos incêndios florestais impedem que seja estimado um período de recuperação para os animais selvagens da região.