Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
Estima-se que cerca de 730 mil elefantes tenham desaparecido de áreas protegidas em toda a África, segundo informações de um estudo chocante sobre proteção animal.
Isso significa que um terço dos preciosos refúgios dos elefantes tem menos de 5% dos animais que deveriam proteger e a culpa disso é atribuída à ferocidade da caça.
No entanto, os pesquisadores dizem que as descobertas ainda podem ajudar na proteção dos maiores mamíferos terrestres do planeta.
Na realidade, há somente 350 mil elefantes africanos na natureza, em 93% das áreas que abrigam os animais.
Com o alerta, os pesquisadores ressaltam que os elefantes não estão bem nem mesmo em áreas protegidas, o que significa que há uma necessidade urgente de agir.
Os números foram revelados após um estudo realizado pela Conservation Ecology Research Unit (CERU), na Universidade de Pretoria, calcular o número de elefantes que devem estar presentes em 73 áreas protegidas, em 21 países africanos.
A principal autora do estudo, Ashley Robson, disse: “No passado, tivemos estimativas relativamente boas de quantos elefantes existem e quantos são caçados. Mas agora, nós determinamos quantos elefantes deveriam existir em primeiro lugar.
“Embora a magnitude da perda devido à caça seja devastadora – 730 mil elefantes estão desaparecidos nas 73 áreas protegidas avaliadas – não vejo o nosso trabalho como mais desgraça e tristeza. Pelo contrário, nós fornecemos objetivos ecologicamente significativos para o trabalho de protetores de elefantes. É um passo positivo para os elefantes”, completou.
Usando o sensoriamento remoto de recursos fundamentais para elefante – vegetação e água – assim como estatísticas de caça, juntamente com a maior base de dados da população para qualquer espécie de mamífero, os pesquisadores têm modelado as densidades em que as populações de elefantes devem se estabilizar. As descobertas foram publicadas na revista científica PLOS ONE, segundo divulgado pelo Express.
“Todo mundo interessado em proteção – gestores de áreas protegidas, formuladores de políticas, financiadores internacionais e o público – deve considerar nosso estudo. Nós tornamos possível direcionar recursos para as áreas protegidas que têm maior necessidade. Isso não é apenas por causa dos elefantes; eles desempenham um papel importante na formação das savanas que, na África, cobrem tanto a terra quanto os EUA e a Europa continental combinados”, disse Robson.
“A perda de elefantes é prejudicial às nossas savanas e às espécies que dependem deles. Em torno de 70% da atual gama distributiva de elefantes africanos diminui em áreas protegidas. Os elefantes não estão indo bem, mesmo quando protegidos, significa que precisamos agir”, adicionou.
Rudi van Aarde, supervisor do projeto e presidente do CERU na Universidade de Pretória, diz que com os elefantes vivendo em uma variedade de habitats, dos desertos às florestas exuberantes, não há uma única “densidade ideal” para os animais.
“Ecologistas sabem disso há muito tempo, mas nunca foi quantificado até agora. A melhora do sensoriamento remoto, décadas de dados de contagem e um grande empenho da minha equipe de pesquisa nos permitiram estimar pontos para populações de elefantes. O estudo atual é o resultado de uma década de trabalho. O comércio histórico de marfim e a caça impactaram elefantes em todo o continente e mascararam a relação entre o tamanho da população e as condições ambientais”, complementou.
Em outubro de 2016, o maior levantamento a respeito de animais selvagens, o Great Elephan Census, revelou que apenas 352.271 elefantes de savana foram deixados em 93% da área habitada pela espécie.