O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Natal (RN) continua praticando a eutanásia e sacrificando cães na capital potiguar, mesmo após a criação de lei de defesa dos cães promulgada pela Câmara Municipal no início de abril, que proíbe o sacrifício desses animais. A ação, porém, teria justificativa, de acordo com o diretor do CCZ, Diógenes Soares: os cães sacrificados são os comprovadamente doentes, que estejam passando por sofrimento extremo e que sejam um risco para a saúde humana. Em média, segundo o diretor do centro, são sacrificados pouco mais de 60 animais por semana no CCZ, em duas sessões de eutanásia por semana. “Todos os animais sacrificados são os que não tem condições de viver no meio social ou que possuem uma doença gravíssima. O CCZ presta um serviço de saúde pública, acima de tudo”, explica Diógenes.
Desde 2001, após determinação federal, o Centro de Controle de Zoonoses não usa mais a câmara de gás para o sacrifíciodos cães recolhidos na rua pela “carrocinha”. O único meio de sacrifício utilizado há 10 anos é a eutanásia. Primeiramente, o cão é anestesiado, como se fosse passar por uma cirurgia, e depois recebe uma injeção com os medicamentos necessários para a prática da eutanásia.
Segundo Diógenes Soares, o CCZ cumpre praticamente tudo o que a Lei Municipal nº. 0326 – que se espelha em uma lei paulista promulgada em 2008 – pede, como a aplicação específica da eutanásia e o incentivo à adoção, apesar da mesma ainda não ter sido regulamentada. Para o diretor, a única falha da lei é não apontar responsabilidades para os tutores que abandonam animais nas ruas. “Não é raro chegarem aqui no centro cães atropelados que foram abandonados por seus tutores. A maioria deles é necessário que sejam sacrificados”, pondera.
Atualmente, o centro possui apenas cinco cães para adoção e nenhum gato, pois o CCZ não possui estrutura física. O prédio não sofreu alterações ou reformas nas últimas décadas, prejudicando o funcionamento do serviço.
Feira de Adoção
Está marcada para o dia 22 de maio a primeira Feira de Adoção de Animais, promovida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) em parceria com cinco organizações não-governamentais ligadas à proteção e adoção de animais abandonados. Durante todo o domingo marcado para a feira, o Bosque das Mangueiras, localizado na Avenida Nascimento de Castro, no bairro de Lagoa Nova, estará aberto recebendo interessados em levar para casa um cão ou um gato.
De acordo com o secretário-adjunto da Semurb, Eugênio Bezerra, todos os animais que participarão da feira serão devidamente tratados. “Um dos principais objetivos da feira é tentar sanar a ocupação dos abrigos, que estão sobrecarregados com enormes quantidades de cães e gatos”, explica Eugênio. A feira também irá oferecer palestras de conscientização, divulgando uma campanha contra o abandono de animais, e apresentações culturais durante todo o dia reservado para as adoções.
A secretaria também pretende recolher a maior quantidade de gatos possíveis em um mutirão marcado para o dia 30 deste mês na área do Parque da Cidade. O mutirão, que ainda inclui ações de manutenção no parque, servirá como preparação para a feira, pois a intenção da Semurb, segundo Eugênio Bezerra, é de que os gatos recolhidos sejam tratados e postos para adoção no dia 22 de maio.
Fonte: Diário de Natal