EnglishEspañolPortuguês

CORAGEM

Mais de 50 anos de história: Animal Liberation Front realiza resgates desafiadores para libertar animais explorados em todo o mundo

Fundada por ativistas pelos direitos animais, a organização desafia a opressão contra animais através de ações diretas

30 de junho de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
A-
A+
Oito integrantes da Frente de Libertação Animal após resgate de chinchilas em criadouro no dia 19 de outubro de 2014, em São Paulo. Foto: Reprodução/Facebook

Em 1973, um grupo de seis vegetarianos e veganos liderados por Ronnie Lee fundou a Band of Mercy em Londres, Inglaterra, um coletivo que mais tarde se tornaria a Animal Liberation Front (ALF), hoje presente em mais de 40 países. Criada em resposta aos abusos contra animais, a iniciativa surgiu com a proposta de realizar ações diretas, inspirada em um grupo juvenil homônimo da Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), que no século 19 destruía armas de caçadores.

No artigo “The Formation of the Band of Mercy and A.L.F”, publicado na revista No Compromise, Ronnie Lee relatou que todos do grupo já eram vegetarianos ou veganos e estavam envolvidos em ONGs de proteção aos animais. “Compartilhávamos o sentimento comum de que essas organizações não conseguiriam fazer a diferença porque suas táticas não eram rígidas o suficiente”, declarou Ronnie.

Frustrados com a lentidão das campanhas tradicionais, Lee e seus companheiros decidiram agir. “Sentimos que não havia outra escolha e precisávamos tentar. Decidimos que nossa campanha deveria ser contra a propriedade e que nenhuma violência deveria ser usada contra pessoas, exceto em legítima defesa”, explicou.

Os primeiros alvos foram canis que apoiavam a caça às raposas, onde danificaram veículos usados para transportar cães. Em 1973, o grupo ganhou notoriedade ao atacar com bombas um laboratório de vivissecção em construção, além de destruir um barco usado para matar focas bebês.

Em 1974, Ronnie Lee e Cliff Goodman foram presos após atacar um centro de pesquisa. Lee declarou que o objetivo era impedir a “tortura e o assassinato de nossos irmãos e irmãs animais”, mas a justiça britânica os condenou a três anos de prisão. A mídia os rotulou como “ecoterroristas”, um termo que persegue o movimento até hoje.

Fotos: Divulgação

Ao sair da prisão, Lee esperava que a Band of Mercy tivesse acabado. Para sua surpresa, novos ativistas queriam se juntar à causa. Em 1976, o grupo foi rebatizado como Animal Liberation Front (ALF), refletindo melhor seu ideal.

Com mais ativistas, a ALF intensificou resgates de animais em laboratórios e ataques a indústrias como pecuária intensiva, testes em animais e comércio de peles. Nos anos 1980, suas ações quebraram o mercado de peles no Reino Unido, fazendo com que grandes lojas deixassem de vendê-las.

Lee admitiu que, no início, os ataques eram dispersos, permitindo que empresas se recuperassem. Com o tempo, a ALF passou a mirar alvos estratégicos, aumentando sua eficácia. “Sinto que a ALF se tornou mais eficaz do que nunca”, afirmou.

Mais de 50 anos depois, a ALF permanece como um símbolo do ativismo eficiente que traz esperança para os animais.

    Você viu?

    Ir para o topo