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BALANÇO

Mais de 450 tartarugas-marinhas encalharam no litoral paranaense desde outubro do ano passado

25 de março de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação/LEC-UFPR

No litoral do Paraná, 452 tartarugas ficaram encalhadas nas praias do estado entre outubro do ano passado e 15 de março deste ano. Desse total, 442 não sobreviveram ao encalhe. Os registros chamaram a atenção do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC/UFPR), que conduz estudos voltados para a megafauna marinha. As espécies afetadas são a tartaruga-verde, a tartaruga-oliva e principalmente a tartaruga-cabeçuda — que está na Lista de Espécies Ameaçadas do Paraná e do Brasil.

Tartarugas encalhadas desde outubro de 2024
Outubro: 140 registros.
Novembro: 121 registros.
Dezembro: 64 registros.
Janeiro: 75 registros.
De fevereiro a 15 de março: 52 registros.

Neste ano, dos 127 animais encalhados, 66 são da espécie tartaruga-cabeçuda. Essa espécie também representa 241 das 452 ocorrências desde outubro de 2024.

Impactos humanos

Segundo o laboratório, os encalhes podem estar ligados a impactos humanos, como a poluição marinha, redes de pesca e degradação no habitat. No mar, as tartarugas marinhas são ameaçadas pelas capturas acidentais por pesca, ingestão de plástico e colisão com embarcação, além de sofrerem com as mudanças climáticas. Ainda de acordo com o grupo, é necessário cobrar políticas públicas para a proteção dos animais. Ações como a redução da poluição marinha e o consumo sustentável também são indicadas.

Tratamento

Quando a tartaruga é encontrada com vida, a equipe responsável a transporta para o Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise da Saúde da Fauna Marinha da UFPR (CReD-UFPR). No local, o animal passa por exames clínicos e laboratoriais para diagnosticar possíveis doenças, avaliar o estado nutricional e identificar as possíveis motivações do encalhe.

Após a estabilização, é feito um tratamento que pode incluir suporte nutricional, administração de medicamentos, fisioterapia e monitoramento contínuo, com o objetivo de garantir que o animal recupere a saúde e possa ser reinserido ao oceano em segurança. Muitas tartarugas encalhadas, contudo, não resistem devido à gravidade da situação. Segundo o Laboratório, as tartarugas-marinhas são consideradas as “sentinelas da saúde dos oceanos” por refletirem as mudanças ambientais e os impactos das atividades humanas.

“A conservação marinha não é apenas uma questão ecológica, mas também de saúde pública. Os oceanos desempenham um papel essencial na regulação climática e na manutenção da biodiversidade. Proteger a fauna marinha é garantir o equilíbrio ambiental e o bem-estar das futuras gerações”, destaca Camila Domit, coordenadora do PMP-BS/UFPR e do LEC-UFPR.

O LEC executa, em todo o estado, o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, da qual o Paraná faz parte.

Fonte: O Globo

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