Um grupo de ativistas locais denunciou em coletiva de imprensa a captura de 43 cães pela Câmara Municipal de São Vicente (CMSV), uma ilha em Cabo Verde, desde o começo de julho. Eles reclamaram da situação que os cachorros foram deixados e conseguiram fazer um acordo com a prefeitura, mas afirmam que não foi cumprido.
Os cães estão sendo presos para a realização do festival musical Baía das Gatas, que será sediado em praia de mesmo nome e contará com a participação da cantora brasileira Ivete Sangalo. De acordo com o vereador José Carlos Luz, eles ainda poderão ser mortos em caso estejam doentes.
Desde o começo das capturas, no mês passado, ativistas locais tentam impedir a ação. “No dia 13 de julho, a Câmara Municipal realizou uma campanha de recolha de 32 cães sem qualquer comunicação prévia aos moradores”, explicou a ativista Abigail Ferreira, durante a coletiva de imprensa realizada no dia 20 de julho. “No dia 16 de julho uma pessoa bastante preocupada foi ao canil municipal em Ribeira da Vinha, que estava desativado há vários anos, e constatou que os cachorros foram presos lá, e que não tinham acesso à água e comida desde a captura, há mais 4 dias.”
Além disso, alguns cães fugiram e outros morreram presos em tubulações durante a tentativa de fuga, de acordo com os ativistas.
Na quarta-feira (07/08), em mais uma coletiva de imprensa, os voluntários afirmaram que fizeram um acordo com a Câmara Municipal para que pudessem cuidar dos cães e que mais nenhum seria capturado. Entretanto, desde da segunda-feira (05/08) eles estão sendo impedidos de entrar no canil.
Além disso, foi relatado que mais 11 cachorros foram capturados e levados ao canil. “No dia 05 pela manhã a Câmara municipal trouxe mais dois cães, sendo que um deles foi encontrado morto no canil na manhã seguinte. No dia 06 foram levados novos cachorros para o canil pelos funcionário da Câmara municipal. Eles chegaram em situação de sofrimento e angústia, com a respiração alterada devido à forma da captura e transporte utilizado, um carro fechado, sem ventilação e com a ausência de cuidados de locomoção”, declarou Letícia Oliveira, veterinária e ativista envolvida no caso.
Letícia também reforçou que o cachorros não estão sendo tratados da forma correta. “Eles colocaram animais doentes com animais saudáveis e continuam capturando cães mesmo com o nosso acordo”, alegou ela.
A veterinária ainda explicou os planos dos ativistas caso eles tenham a possibilidade de continuar cuidando dos cães. “A nossa solução é castrar, aplicar o microchip e tentar identificar os tutores. A gente precisa de uma solução a longo prazo. Precisamos acabar com a captura para conseguir fazer esse trabalho”, disse Letícia.
