Entre 1º de maio e 4 de setembro, o 8º Batalhão de Bombeiros Militar registrou 246 ocorrências de salvamento de animais em situação de risco ou perigo, incluindo a captura de animais silvestres potencialmente perigosos ou agressivos na cidade.
Segundo o Corpo de Bombeiros, as espécies mais frequentemente resgatadas incluem cobras, gambás, lagartos teiús e tamanduás. Esses animais, forçados a se aproximar das áreas urbanas, são, em grande parte, vítimas das queimadas que assolam a região, fator apontado como um dos principais responsáveis pela migração dessas espécies para o perímetro urbano.
O avanço da área urbana e a redução do espaço selvagem também contribuem para essa aproximação, de acordo com o 8º Batalhão. Após o resgate, os animais que não apresentam ferimentos são devolvidos ao habitat natural. Aqueles com lesões ou sinais de doença são encaminhados ao Hospital Veterinário da Uniube (HVU), onde recebem tratamento e, após a recuperação, são reintegrados ao seu ambiente de origem.
Ainda, conforme o gerente do HVU, Cláudio Yudi, a instituição tem recebido, mensalmente, animais resgatados pela Polícia Ambiental e pelo Corpo de Bombeiros na região do Triângulo Mineiro. “Esses animais resgatados, em sua maioria, são aves, seguidas por mamíferos e répteis, na proporção de 7 aves para cada 2 mamíferos e 1 réptil. Neste ano, ainda não recebemos nenhum animal queimado no Hospital Veterinário da Uniube”, informa.
No entanto, o médico veterinário explica que os animais vítimas de queimadas migram para outras áreas em busca de comida e abrigo. “Esses animais acabam ficando cada vez mais próximos da cidade, como observamos com o lobo-guará flagrado esta semana em Uberaba. Então, indiretamente, estamos recebendo esses animais aqui no hospital, não diretamente do fogo, mas como resultado das migrações provocadas pelas áreas queimadas que acabam com o alimento e o abrigo. Estamos recebendo, em média, 42 animais por mês, o que equivale a quase um animal e meio por dia no Hospital Veterinário”, ressalta Yudi.
Em relação aos incêndios, os números de 2024 já superam os de 2023. De janeiro a agosto deste ano, foram registradas 434 ocorrências de queimadas na área urbana e rural de Uberaba, um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior, que contabilizou 316 ocorrências. No total, 2023 encerrou com 418 registros, número 3% inferior ao observado até agora em 2024.
A EPR Triângulo, concessionária responsável pelas rodovias estaduais no Triângulo e Alto Paranaíba, combateu 554 focos de incêndio desde o início do período de estiagem, em maio. Somente em agosto, foram 100 ocorrências. Julho foi o mês com maior incidência, com 170 casos, seguido por junho (158) e maio (135).
Fonte: JM