Milhares de coalas morreram vítimas do fogo que toma conta de seu habitat, nas florestas australianas e teme-se que mais mortes ocorram à medida que os incêndios continuam a atingir Nova Gales do Sul ou NSW (Austrália).
Especialistas disseram que o incêndio devastou o habitat dos coalas tão rapidamente que “provavelmente alguns corpos nunca serão encontrados”, depois que milhares de hectares de florestas foram destruídos.
Um inquérito urgente do parlamento ficou de ouvir evidências na segunda-feira (09) sobre a morte de mais de 2 mil coalas após sucumbirem a terríveis queimaduras.
Cerca de 90 incêndios ainda estão se espalhando por NSW – metade dos quais já se acredita estarem contidos – e o país está preparado para uma nova onda de calor que se inicia nesta semana.
Especialistas temem que mais florestas do habitat dos animais vulneráveis seja queimado, já que o incêndio de “proporções imensas” nos arredores de Sydney, que mediu mais de 335 mil hectares, pode levar semanas para ser apagado.
Mark Graham, ecologista do Conselho de Conservação da Natureza, disse ao METRO UK que os coalas “realmente não têm capacidade de se mover rápido o suficiente para fugir”.
Como o fogo está se espalhando pelas copas das árvores, eles não têm como chegar ao chão a tempo de evitar ferimentos. Graham disse: “Os incêndios queimaram tão forte e tão rápido que houve uma mortalidade significativa de animais nas árvores, mas há uma área tão grande agora que ainda está em chamas e novos focos de fogo que provavelmente nunca encontraremos os corpos”.
“Perdemos uma quantidade tão grande de habitat reconhecido de coalas que acho que podemos dizer sem dúvida que haverá declínios expressivos em curso nas populações de coalas a partir deste momento”, acrescentou o ecologista.
Voluntários do Hospital Port Macquarie Koala têm trabalhado ao lado de equipes de Parques Nacionais e Serviços de Vida Selvagem em busca de coalas, após semanas de incêndios devastadores tanto em NSW quanto em Queensland.
Imagens e vídeos comoventes dos animais enfaixados gritando de dor comoveram pessoas em todo o mundo. Uma mulher foi elogiada por arrancar heroicamente sua blusa para embrulhar um coala e resgatá-lo do topo de uma árvore, onde estava preso, cercado por enormes chamas que se aproximavam rapidamente.
Os coalas estão listados como vulneráveis em NSW, Queensland e no Território da Capital Australiana, principalmente devido à limpeza de terras que compõem seu habitat.
A audiência em relação aos incêndios foi instaurada para analisar a extensão dos danos causados à população de coalas. Ecologistas alertaram que não havia planejamento algum de resgate dos animais.
A diretora executiva da Science for Wildlife, Dra. Kellie Leigh, disse na audiência: “Estamos aprendendo muito com isso e essa tragédia está mostrando como estamos despreparados. Não há procedimentos ou protocolos em vigor, mesmo os cuidadores da vida selvagem não possuem protocolos para quando podem entrar após o incêndio”.
“Estamos desamparados no momento. Não temos como lidar com isso”, desabafou a diretora.
O ecologista e presidente da Aliança Florestal do Nordeste, Dailan Pugh, disse que estima-se que mais de 2 mil coalas tenham morrido nos incêndios, enquanto até um terço do habitat da espécie foi perdido na costa norte.
No domingo, Cate Faehrmann, presidente do inquérito, disse que a perda “devastadora” de tantos animais deve pressionar as autoridades a introduzir esforços mais fortes de conservação.
Ela disse: “Ouvir que perdemos até um terço do habitat de coalas e mais de 2 mil dessas preciosas vidas é totalmente devastador e deve ser um alerta para este governo”.
Há incêndios nos estados de Nova Gales do Sul, Queensland, Victoria, Austrália do Sul, Austrália Ocidental e Tasmânia. O “mega incêndio” nos arredores de Sydney foi causado por vários incêndios que se fundiram em um.
Os incêndios florestais são comuns na Austrália, mas os cientistas dizem que a temporada deste ano chegou mais cedo e com mais intensidade devido a uma seca prolongada e às condições climáticas alimentadas pelo aquecimento global.
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