Estatísticas revelam que mais de 13 milhões de animais foram explorados em pesquisas científicas, testes e estudos em Queensland, Austrália, durante todo o ano de 2018. Isso foi um aumento de 194% em relação ao ano anterior, quando foi calculado um total de 4,52 milhões de animais explorados.
Segundo o relatório anual do Comitê de Ética Animal da Austrália, aves domésticas como galinhas e patos compunham o maior grupo de animais explorados para fins científicos no período entre 2017 e 2018, com mais de 12 milhões, seguidos por quase meio milhão de “outros mamíferos nativos”, que incluíam raposas voadoras e bandicoots, uma espécie de marsupial australiano.
Tartarugas, bois, cangurus, coelhos, cães, baleias e golfinhos, gambás, porcos, gatos, coalas, ratos e vombates também foram explorados.
Dos 154 projetos científicos do ano passado, quase 70% envolveram “intervenção consciente sem anestesia”, 3,2% envolveram animais inconscientes sem recuperação, enquanto 1,9% tiveram a morte dos animais como ponto final.
Isso significa que a morte do animal era uma medida deliberada da coleta de dados, e poderia incluir testes de toxicidade ou estudos de doenças nos quais se planejava que os animais morreriam.
“Inconsciente sem recuperação” poderia envolver o ensino de técnicas cirúrgicas em animais vivos e anestesiados que não poderiam se recuperar após o procedimento, ou animais assassinados para uso científico posterior, como ratos e sapos para dissecação.
O detalhamento completo de quantos indivíduos estavam envolvidos em cada categoria de projeto não foi fornecido pelo comitê.
Mais da metade dos projetos eram estudos ambientais; um em cada quatro eram para a “manutenção e melhoria de espécies ou saúde e bem-estar humanos”; 10% dos projetos tinham intenção “educativa”; 3,2% eram para a “compreensão da biologia humana ou animal”; e 5,8% para melhorar a gestão ou produção animal.
A diretora-executiva da Humane Research Australia, Helen Marston, disse que sua organização queria que a pesquisa com animais fosse eliminada, já que algumas das coisas às quais os animais foram expostos eram “verdadeiramente horrendas”.
“Além da óbvia crueldade em explorar os animais envolvidos como ferramentas de pesquisa, isso não é relevante para a medicina humana, pegar dados de um animal e os usar para correlacionar com os humanos”, disse ela.
“Existem tantas alternativas que são mais humanas e mais específicas, e precisamos abandonar esses métodos retrógrados de pesquisa.”