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PRODUÇÃO DE LÃ

Mais de 100 gigantes da moda se comprometem a acabar com o corte cruel de pele em cordeiros vivos

Carta de Intenções da FOUR PAWS pede que a indústria de lã australiana pare com a prática até 2030.

12 de março de 2025
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Quatro anos após o seu início, o movimento global para acabar com o mulesing, nome dado ao corte de pele em cordeiros vivos, atingiu um marco significativo ao conquistar a 100ª assinatura de apoio de marcas de moda internacionais.

Rhea, New Look e Active Brands são as empresas mais recentes a assinar a Carta de Intenções de Marcas, iniciativa da ONG internacional FOUR PAWS. Seu apoio envia uma mensagem poderosa em favor do bem-estar animal na indústria da moda, reforçando a crescente demanda por mudanças.

A campanha para acabar com essa prática brutal está ganhando um impulso sem precedentes, com 100 marcas de moda globais, incluindo nomes conhecidos como Zara, Patagonia e Hugo Boss, comprometendo-se publicamente a excluir lã proveniente de mulesing ao assinarem a Carta de Intenções da FOUR PAWS. Os signatários pedem que a indústria de lã australiana pare com a prática até 2030.

Ao assinarem a carta, essas marcas de moda se comprometem a eliminar totalmente a lã proveniente do corte de pele em cordeiros vivos ou a garantir que o farão até o prazo de 2030. Sua ação coletiva é uma mensagem clara para a indústria de lã australiana de que é hora de fazer a transição para lã livre de mulesing. À medida que mais empresas se juntam ao movimento, a pressão sobre a Austrália para adotar práticas humanas continua a crescer.

“Essa onda global de apoio é uma mensagem clara. É hora de uma solução para um problema global. A indústria da lã deve evoluir para atender às demandas de marcas e consumidores modernos que pedem moda livre de crueldade. É hora de todos os stakeholders se unirem e pressionarem por uma mudança em toda a indústria, e pelo fim dessa prática cruel para garantir um futuro mais gentil para milhões de cordeiros na indústria da lã”, disse Rebecca Picallo Gil, líder da campanha de lã da FOUR PAWS.

A Austrália produz 80% da lã merino fina usada no mercado global de moda e é o único país onde o mulesing ainda é legal e amplamente praticado. O procedimento envolve cortar grandes tiras de pele das nádegas de cordeiros com idades entre duas e doze semanas, sem alívio adequado da dor. Isso causa dor severa, medo e estresse.

A justificativa para o mulesing tem sido a prevenção do bicheira, uma condição causada por infestações de moscas. No entanto, existem alternativas comprovadas que eliminam a necessidade desse procedimento cruel. Pesquisas sugerem que ovelhas de corpo liso não apenas previnem o bicheira, mas também estão associadas a taxas mais altas de sobrevivência dos cordeiros.

O número crescente de empresas que defendem a mudança está enviando uma mensagem forte à indústria de lã australiana: é hora de adotar práticas mais gentis e sustentáveis que protejam o bem-estar animal. Com o prazo de 2030 se aproximando, a pressão está aumentando para que a indústria faça a transição do mulesing para uma produção de lã mais humana e sustentável.

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