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Mais de 100 filhotes de leão esquálidos e doentes são encontrados em fazenda de criação sul-africana

10 de maio de 2019
3 min. de leitura
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Os filhotes de leão encontrados na Fazenda Pienika, na África do Sul, estavam tão doentes que mal conseguiam andar, os animais foram tão negligenciados que muitos ficaram calvos por causa da sarna não tratada.

Inspetores que invadiram a fazenda localizada na África do Sul encontraram mais de 100 leões, tigres, leopardos e caracais (Caracal caracal) ou linces-do-deserto em condições de superlotação e sem água para beber.

Eles foram mantidos em compartimentos imundos, o que facilitou a reprodução e o surto de parasitas que se espalham facilmente entre os animais.

As fotos mostram que muitos dos leões – destinados a serem mortos por caçadores em troca de dinheiro ou assassinados por seus ossos na lucrativa indústria do país – estavam quase totalmente sem pelo por causa de infecções parasitárias.

Autoridades de bem-estar animal acusaram o homem suspeito de administrar o centro de violar a lei de proteção aos animais.

Os grandes felinos faziam parte da indústria do “snuggle scam”(esquema do aconchego, na trdução livre) do país, que recebe dinheiro de turistas que pagam para acariciar, alimentar e tirar selfies com leões criados à mão (em cativeiro), sem saber que as fazendas são empresas que vendem esses animais para a morte – conforme informações do The Independent.

Praticamente sem pelo por causa da sarna, leão é mantido em ambiente sujo | Foto: The Indepedent
Praticamente sem pelo por causa da sarna, leão é mantido em ambiente sujo | Foto: The Indepedent

Os oficiais da Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra os Animais da África do Sul descreveram as condições em que viviam os 108 animais negligenciados como “horrendas”.

“Outras questões, como recintos pequenos demais e abrigos inadequados, sem fornecimento de água, superlotação e condições imundas e parasitárias foram observadas nos cativeiros que continham leões, caracóis, tigres e leopardos”, disse o inspetor sênior da NSPCA, Douglas Wolhuter.

“Vinte e sete dos leões encontrados tinham sarna e os caracais eram obesos e incapazes de se limpar adequadamente.”

Dois filhotes que pareciam ter uma condição neurológica de doença eram incapazes de andar, ele disse. Eles foram confiscados e levados para receber tratamento especializado.

Estima-se que até 12 mil leões sejam criados nas 260 instalações de reprodução em cativeiro da África do Sul. A cota do país para exportar ossos de leões é de 1.500 esqueletos por ano.

O comércio de ossos de leão para a medicina asiática surgiu da caça de leões criados em cativeiro.

Depois que a fazenda foi descoberta, o grupo de conservação Humane Society International/África pediu que o governo sul-africano acabasse com a indústria de reprodução em cativeiro.

Audrey Delsink, diretora de vida selvagem da HSI/África, disse: “Filhotes de leão são arrancados de suas mães com poucos dias de vida para serem criados por voluntários de países como o Reino Unido, que são levados a acreditar que os filhotes são órfãos .

“Os filhotes são explorados a vida toda, primeiro como adereços por turistas pagantes, e depois como parte de safaris que oferecem os passeios de ‘caminhar com leões’. Uma vez grandes e perigosos demais para isso, eles são mortos por seus ossos que são exportados para a Ásia para serem usados em remédios tradicionais ou vendidos para serem mortos em caçadas por caçadores de troféus. Esses caçadores são em grande parte vindos dos Estados Unidos para participar de caçadas chamadas de “enlatadas” nas quais leões criados em cativeiro são baleados em áreas cercadas”.

”O destino dos leões dependerá do resultado do processo legal”, disse Delsink.

A Fazenda Pienika é de propriedade de Jan Steinman, membro do conselho da Associação de Predadores da África do Sul (Sapa), que afirma não apoiar a caça enlatada de leões mas considera a atividade covarde uma “caça responsável”.

Uma declaração da SAPA ao The Independent dizia: “A SAPA está ciente das queixas. Agora será tratado em termos do código de conduta e processo disciplinar da organização. As medidas corretivas serão aplicadas assim que o conselho analisar todos os fatos em mãos ”.

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