Em uma ação inédita de desobediência civil, ativistas do coletivo antiespecista 269 Liberation Animale invadiram simultaneamente seis matadouros de bezerros na França e na Holanda na madrugada de 6 para 7 de julho. Os manifestantes adentraram as instalações e acorrentaram-se às áreas de matança, onde os animais são assassinados brutalmente, com o objetivo declarado de “se colocar entre os facões e os animais” e resistir o máximo possível diante da intervenção policial.
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“Pela primeira vez, seis matadouros foram bloqueados ao mesmo tempo por cerca de cem ativistas europeus”, comemorou Tiphaine Lagarde, cofundadora e porta-voz do 269 Liberation Animale. “Todos pertencem ao grupo holandês VanDrie, líder mundial na exploração industrial de bezerros — que, segundo nossas fontes, abate 1,8 milhão de animais por ano”, denunciou.
Em comunicado divulgado em 7 de julho, o grupo justificou a ação como um golpe contra os lucros da VanDrie, que faturou 3,4 bilhões de euros em 2023. “Cada hora de bloqueio impacta severamente seus ganhos”, destacaram os ativistas, que visam sabotar economicamente o negócio considerado por eles como “uma linha de produção da morte”.
A estratégia de ocupação direta — que incluiu participantes de vários países europeus — marca um novo capítulo na tática do movimento pelos direitos animais, agora focada em paralisar fisicamente a indústria da carne. Enquanto os ativistas permaneciam acorrentados, imagens divulgadas nas redes sociais mostravam bezerros vivos sendo confortados durante o protesto.
A VanDrie ainda não se pronunciou sobre o caso, mas autoridades locais já acompanham o caso. Para o 269, a ação é apenas o início: “Enquanto houver abatedouros, haverá resistência”, prometeram.
Traduzido de Libération.