Entre sexta (9) e terça-feira (13), 150 animais marinhos encalharam em praias do litoral do Paraná. Dentre as espécies identificadas, estão tartarugas, golfinhos e pinguins. A maior parte chega à areia já sem vida e apenas 10% sobrevive.
Os encalhes são mais comuns do fim do outono até setembro. Por isso, a aparição desses animais nesta época do ano surpreendeu especialistas.
Durante o feriado prolongado de Nossa Senhora Aparecida, data celebrada no dia 12 de outubro, animais migratórios foram encontrados por turistas nas praias. Com ou sem vida, eles foram retirados da areia por equipes do Laboratório de Ecologia e Conservação do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A força-tarefa que atende os animais marinhos é composta por biólogos, veterinários e oceanógrafos. “Nós encontramos uma diversidade grande de fauna. Foram muitos animais e muitos animais de espécies diferentes”, explicou ao G1 a coordenadora do Centro de Estudos do Mar da UFPR, Camila Domit.
“Cinco espécies de tartarugas marinhas, nós também tivemos espécies de aves, entre elas, aves migratórias do Hemisfério Norte, como o bobo-pequeno, aves migratórias do Hemisfério Sul, como os pinguins. Tivemos várias espécies de aves costeiras que chegaram e também golfinhos e um boto-cinza”, completou.
Dos animais resgatados, 100 estavam em um trecho de 14 quilômetros entre Pontal do Sul e Ipanema, localidades situadas em Pontal do Paraná.
“Os encalhes de fauna marinha que nós encontramos não são só reflexo daquele momento onde nós encontramos a carcaça ou encontramos o animal debilitado na praia. Eles são reflexo de toda a condição climática, oceanográfica, da semana que se passou antes de encalhe”, explicou Camila.
Ave nativa do Reino Unido, o bobo-pequeno sai da Europa para procurar alimento no litoral do Paraná. Durante o percurso, muitos ficam debilitados e precisam de resgate. Após serem resgatados, esses animais passam por exames e são tratados no Centro de Reabilitação. Quando se recuperam e apresentam condições de retorno à natureza, são soltos posteriormente.
O Centro de Estudos do Mar disponibiliza um telefone para chamados relacionados a animais encalhados e orienta a população a não realizar o resgate por conta própria. Para solicitar atendimento, basta ligar para o número 0800 64 233 41.