Onze cães, entre filhotes e adultos, e dois gatos adultos foram resgatados em fábrica clandestina de cigarros interditada no bairro Figueira, em Duque de Caxias, na última terça-feira. A ação de resgate aos animais é da Secretaria municipal de Meio Ambiente e Proteção Animal do município e ocorreu no mesmo local em que a Polícia Federal localizou 19 trabalhadores paraguaios que viviam em condições análogas à escravidão.
A ação de resgate da secretaria foi feita em apoio à PF e à Instituição Garras da Lei. Alguns animais foram adotados por integrantes da própria operação e os remanescentes foram encaminhados para ONGs.
A fábrica de cigarros, também na terça-feira, contou com o resgate de outros animais. Além de papagaios, a Polícia Federal resgatou o filhote de cachorro batizado de Libertatis, em referência ao nome da operação. O animal foi adotado por uma funcionária do Consulado do Paraguai.
Relembre o caso
A operação da Polícia Federal conseguiu localizar 19 trabalhadores paraguaios, que eram mantidos em condições análogas à escravidão. Segundo os policiais, a fábrica tinha grande capacidade de produção e era responsável pela distribuição dos cigarros em todo o estado do Rio de Janeiro.
A PF informou que os estrangeiros estavam alojados na própria fábrica. O local onde eles foram encontrados, segundo a Polícia Federal, não tinha nenhuma condição de higiene. Os trabalhadores dividiam espaço com animais, esgoto a céu aberto e com os próprios resíduos oriundos da produção dos cigarros.
Eles eram submetidos a uma jornada excessiva de trabalho. Eram 12 horas por dia, sete dias na semana, em dois turnos, inclusive durante a madrugada, sem direito a descanso semanal. Além de não receberem nenhuma remuneração pelos serviços prestados, tinham a liberdade de locomoção restrita, e ainda eram forçados a trabalhar sem equipamentos de proteção.
Os trabalhadores resgatados disseram aos policiais que foram trazidos do Paraguai com os olhos vendados, mediante a promessa de que iriam trabalhar na produção de roupas. Chegando aqui, foram encaminhados para as instalações da fábrica, onde eram mantidos presos desde então. De acordo com a PF, os estrangeiros sequer tinham conhecimento da localidade em que se encontravam. Eles também relataram que mantinham contato com apenas uma pessoa, responsável por levar os mantimentos, sempre armada e usando uma máscara que ocultava seu rosto.
A deflagração da Operação Libertatis contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho e da Receita Federal. A ação tinha como objetivo o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, em diversas localidades do município de Duque de Caxias.
Fonte: Extra