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EMISSÃO DE GASES

Maioria dos países não cumpriu compromissos climáticos firmados na COP15

Pesquisadores concluíram que 19 entre 34 países analisados falharam em cumprir metas feitas na Conferência de Copenhague para reduzir emissões de carbono

19 de abril de 2024
Redação Galileu
5 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Um novo estudo descobriu que 19 entre 34 países analisados não cumpriram integralmente seus compromissos climáticos para 2020 estabelecidos na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2009 (conhecida como COP15 ou Conferência de Copenhague).

As conclusões registradas em 16 de abril no periódico Nature Climate Change se baseiam nas emissões líquidas reais de carbono das nações. Os resultados foram publicados por uma equipe de pesquisadores da Universidade College Londres (UCL), na Inglaterra, e da Universidade de Groningen, na Holanda.

A COP ocorre todos os anos em diferentes países para avaliar o progresso global no tratamento das mudanças climáticas. Neste ano de 2024 será realizada a COP29 entre os dias 11 e 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão.

Metas para 2020

Anteriormente, na COP15 em Copenhague, países de todo o mundo estabeleceram metas individuais de redução de emissões para serem cumpridas até 2020. Essas metas variaram consideravelmente: desde a modesta promessa da Croácia de reduzir as emissões em 5% até o esforço mais ambicioso e malsucedido da Suíça de reduzir a liberação de carbono de 20 a 30%, em relação aos níveis de 1990.

Segundo o estudo, os 15 países que atingiram as metas de reduzir o carbono da COP15 foram: Bulgária, Croácia, Dinamarca, Estônia, Finlândia, Alemanha, Grécia, Itália, Letônia, Lituânia, Romênia, Eslováquia, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos.

Por outro lado, uma lista de 12 países falhou totalmente: a Austrália, Áustria, Canadá, Chipre, Irlanda, Japão, Países Baixos, Noruega, Portugal, Eslovênia, Espanha e Suíça.

As sete nações restantes foram classificadas em uma categoria chamada “grupo intermediário”, pois conseguiram reduzir as emissões de carbono dentro de suas fronteiras, mas que o fizeram em parte utilizando o comércio para transferir carbono para outros países. Esse fenômeno é conhecido como “vazamento de carbono” ou “transferência de carbono”. Os países que realizaram tal atividade são Bélgica, República Tcheca, França, Hungria, Luxemburgo, Malta e Polônia.

A prática realizada por esse grupo é preocupante para os especialistas em políticas ambientais, especialmente à medida que os países buscam atingir as novas metas de emissões líquidas zero. “Nossa preocupação é que os países que tiveram dificuldade em atingir seu compromisso de 2009 provavelmente encontrarão dificuldades ainda maiores em reduzir ainda mais as emissões”, explica Jing Meng, professor da UCL e autor principal do estudo, em comunicado.

A equipe verificou o vazamento de carbono usando um método de rastreamento “baseado no consumo”. Essa técnica leva em conta as emissões originadas das atividades econômicas dentro das fronteiras territoriais da nação, mas também a pegada de carbono dos bens importados fabricados no exterior.

A pesquisa apontou que países do leste europeu, como Estônia, Lituânia, Letônia e Romênia, conseguiram atingir seus objetivos, pois grande parte da indústria regional estava em transição de substituição de tecnologias desatualizadas e ineficientes, que sobraram do início dos anos 1990.

Além disso, os especialistas alertam que os países que mais lutaram para atingir suas metas da COP15 enfrentarão desafios maiores no futuro, com a crescente demanda por energia à medida que suas economias se desenvolvem.

Há ainda uma lacuna que separa nações desenvolvidas das não desenvolvidas. “Os países desenvolvidos têm um papel duplo – reduzir rapidamente suas próprias emissões e fornecer ajuda financeira e capacitação aos países em desenvolvimento, o que a maioria deles faz de forma insuficiente”, diz Dabo Guan, professor da UCL e autor sênior do estudo.

Alguns países que atingiram suas metas de emissões estão aumentando a produção de energia limpa. Aqueles que não conseguiram atingir seus objetivos enfrentaram dificuldades devido ao aumento do consumo associado ao crescimento econômico do PIB (Produto Interno Bruto), que superou seus esforços de aumento da eficiência.

Por último, os pesquisadores destacam o Acordo de Paris, assinado em 2015 na COP21, que lançou novas metas em um quadro global mais ambicioso e abrangente para reduzir as emissões de carbono.

Fonte: Revista Galileu

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