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AQUECIMENTO GLOBAL

Maior iceberg do mundo pode desaparecer do oceano em poucas semanas

A23a, que se desloca pelo Oceano Atlântico, está exposto a águas cada vez mais quentes e é atingido por ondas enormes, o que está causando a sua desintegração

3 de setembro de 2025
3 min. de leitura
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Iceberg batizado por pesquisadores de A23a. Foto: Wikimedia Commons

O iceberg A23a, considerado um dos maiores e mais antigos já registrados, pode desaparecer em poucas semanas. A enorme massa de gelo que se desprendeu da costa da Antártida em 1986 já teve 1.100 quilômetros cúbicos e uma massa ligeiramente abaixo de um trilhão de toneladas. Atualmente, possui 1.770 km² e 60 km em seu ponto mais largo, de acordo com uma análise da AFP de imagens de satélite feitas pelo Copernicus, o monitor de observação da Terra da União Europeia.

Nas últimas semanas, pedaços enormes dele, com cerca de 400 km² cada, se desprenderam, enquanto fragmentos menores, muitos ainda grandes o suficiente para ameaçar navios, espalham-se pelo mar ao redor. Andrew Meijers, oceanógrafo físico do British Antarctic Survey, disse à agência de notícias que o A23a estava “se fragmentando dramaticamente” à medida que se deslocava mais para o norte.

“Eu diria que está a caminho do fim… está basicamente apodrecendo por baixo. A água está quente demais para se manter. Está derretendo constantemente”, comentou.

O iceberg, após se desprender da plataforma antártica em 1986, rapidamente encalhou no Mar de Weddell, permanecendo preso ao fundo do oceano por mais de 30 anos. Em 2020, escapou de lá, e foi levado pelo “beco dos icebergs” para o Oceano Atlântico Sul pela poderosa Corrente Circumpolar Antártica.

Em março deste ano, encalhou em águas rasas na ilha Geórgia do Sul, causando preocupação de que pudesse impedir que grandes colônias de pinguins e focas adultos alimentassem seus filhotes. Mas acabou se soltando em maio e seguiu viagem.

A AFP informa que, girando ao redor da ilha e seguindo para o norte, o iceberg ganhou velocidade nas últimas semanas, às vezes viajando até 20 km em um único dia. Nesse caminho, está exposto a águas cada vez mais quentes e é atingido por ondas enormes, o que está causando a sua desintegração.

Meijers observou que “a maioria dos icebergs não chega tão longe. Este é muito grande, então durou mais e foi mais longe do que os outros.” Porém, ele acrescentou que os icebergs estão “condenados” quando deixam a proteção congelante da Antártida.

O desprendimento desses enormes blocos de gelo é um processo natural. Mas cientistas afirmam que a taxa na Antártida está aumentando, provavelmente devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem.

Fonte: Um só Planeta

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