O Egito conta há muito tempo com a taxação ambiental de combustíveis fósseis. Mais de 90% da eletricidade é gerada a partir de petróleo e gás natural. O país subsidia combustíveis fósseis, tornando-os uma opção barata para seus 96 milhões de cidadãos. No entanto, o governo do Egito planeja mudar de curso e se colocar no mapa de energia limpa com a inauguração do maior parque solar do mundo. Apelidado de complexo Benban, está em construção no deserto ocidental do Egito e deve ser inaugurado no ano que vem.
Localizado a 650 quilômetros ao sul do Cairo, o projeto de US $ 2,8 bilhões revolucionará sozinho o fornecimento de energia para a nação, e não muito cedo. A Organização Mundial de Saúde recentemente nomeou o Cairo como a segunda cidade mais poluída do planeta. O governo egípcio, em resposta, pretende reduzir pela metade o consumo de gás natural e fornecer pelo menos 42% da energia do país a partir de fontes renováveis até 2025. O investimento no mercado de energia limpa do Egito aumentou 500% desde o anúncio.
As perspectivas do país parecem boas, diz Benjamin Attia, analista solar da Wood Mackenzie, uma empresa de consultoria e pesquisa de energia sediada nos Estados Unidos. “Não consigo pensar em outro exemplo em que tantos grandes jogadores se uniram para preencher a lacuna”, afirmou, referindo-se ao papel do Fundo Monetário Internacional (FMI) no apoio ao complexo Benban. O FMI apoiou um programa de reforma que visa resgatar a economia do país, e a redução dos combustíveis fósseis é uma parte dela.
O presidente egípcio, Abdel Fattah Sisi, incentivou inequivocamente a iniciativa ambiental do país, inaugurando outros grandes projetos de eletricidade, incluindo a criação de parques eólicos no Golfo de Suez, no Mar Vermelho. Várias nações ajudaram com a iniciativa, incluindo os Estados Unidos, que está ajudando a treinar centenas de funcionários em energia eólica e solar em escolas técnicas locais no Egito. As 30 usinas solares do complexo Benban serão operadas por 4.000 trabalhadores e gerarão até 1,8 gigawatts de eletricidade, o que, por sua vez, fornecerá energia a centenas de milhares de residências e operações comerciais.
Fonte: Meio Ambiente Rio