A VeggieWorld, considerada a maior feira de produtos veganos e vegetarianos da Europa, vai ser realizada na China entre os dias 17 e 19 deste mês. Segundo os organizadores, 40 marcas internacionais devem participar, atraindo pelo menos 10 mil pessoas.
“A China ainda é uma gigante adormecida no mercado de produtos veganos. O potencial de vendas para empresas estrangeiras já é enorme e aumentará maciçamente nos próximos anos”, avalia o diretor-geral da VeggieWorld, Hendrik Schelkes.
Entre as marcas que confirmaram participação estão a Beyond Meat, Green Monday e JUST – esta última criadora do “ovo vegano” baseado em feijão mungo e cúrcuma, lançado nos Estados Unidos no final de agosto de 2018.
“Oferecemos aos participantes uma plataforma especializada para testar produtos junto ao consumidor, estabelecer novos canais de vendas e trocar ideias com parceiros internacionais”, informa Schelkes.
A VeggieWorld será em Hangzhou, na província de Zhejiang, considerada a cidade com o maior número de veganos e vegetarianos na China. Além disso, a realização da feira um mês antes do Festival de Carne de Cachorro de Yulin, realizado em outra província, é vista como mais uma forma de mostrar como o consumo de animais é desnecessário.
No ano passado, o instituto de pesquisas Plant & Food (PFR), da Nova Zelândia, em parceria com a empresa de pesquisa de mercado Mintel e o Ministério das Indústrias Primárias da Nova Zelândia, concluiu uma pesquisa que revelou que 39% da população da China está reduzindo o consumo de carne – o que inclui chineses e estrangeiros vivendo no país.
Os participantes que representam esse percentual informaram que estão dando mais prioridade ao tofu, algas marinhas e outras fontes de proteínas de origem vegetal. O resultado chamou a atenção do governo da Nova Zelândia que tem a China como um dos maiores destinos de suas exportações.
O relatório surpreendeu também porque historicamente os chineses sempre foram grandes consumidores de carne, principalmente de porco. Porém, segundo a Plant & Food, o cenário está mudando.
O resultado também abriu um precedente para a Nova Zelândia se inteirar ainda mais do mercado de fontes de proteínas de origem vegetal. “Precisamos construir nossa compreensão do consumo de proteínas e das atitudes dietéticas nesse mercado para nos prepararmos para quaisquer mudanças futuras em relação ao comportamento do consumidor”, enfatiza o relatório.