O aquário Marineland de Antibes, na França, fechará amanhã (05/01), devido a uma lei de 2021 que proíbe shows com golfinhos e baleias no país, marcando um momento importante para os cetáceos aprisionados. No entanto, permanecem preocupações significativas sobre o futuro bem-estar dos animais atualmente alojados na instalação.
Embora a notícia do fechamento do aquário traga esperança, o futuro dos animais que vivem na instalação atualmente, incluindo as orcas Wikie e Keijo, é muito preocupante.
O melhor desfecho possível para os animais que estão no Marineland é a transferência para um santuário à beira-mar, onde possam viver em um ambiente próximo ao seu habitat – com o bem-estar como prioridade e a possibilidade de expressar seus comportamentos naturais, sem serem forçadas a se apresentar ou reproduzir.
Entretanto, de acordo com o jornal francês The Connexion, o aquário transferirá os 4 mil animais para outros aquários e zoológicos na Europa, onde continuarão aprisionados e sendo explorados. Segundo o jornal, é provável que Wikie e Keijo sejam levadas para o Loro Parque, em Tenerife.
ONGs internacionais estão pedindo às autoridades francesas que realizem avaliações de saúde independentes e transparentes para todos os animais em cativeiro, ajudando a orientar decisões mais responsáveis e humanas sobre o futuro deles.
A Inspetoria Geral do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da França descreveu o Whale Sanctuary Project, localizado na Nova Escócia, Canadá, como “a solução inovadora mais credível entre os projetos de santuários”. Este santuário representa uma esperança para essas orcas, proporcionando-lhes um ambiente amplo e enriquecido.
“Instamos a França a fazer tudo o que puder para facilitar a transferência dessas duas orcas para o santuário costeiro que está sendo estabelecido no Canadá. Essa é a única maneira de garantir que Wikie e Keijo tenham uma vida digna”, disse Melissa Matlow, Diretora de Campanha no Canadá da ONG World Animal Protection.
O fim da reprodução e da captura de animais para entretenimento em todo o mundo é necessário e urgente. O Canadá já deu um passo ao proibir o aprisionamento de cetáceos e incentiva outras nações a fazerem o mesmo.
“É impossível proporcionar às orcas, animais altamente sensíveis e inteligentes, uma vida plena ao mantê-las em tanques de concreto, como fazem as instalações de cativeiro em todo o mundo. Instalações que as utilizam para entretenimento e reprodução são responsáveis por mais uma geração de orcas sofrendo aprisionadas”, concluiu o Dr. Jan Schmidt-Burbach, Diretor de Vida Selvagem e Expertise Veterinária da World Animal Protection. “Os governos em todo o mundo precisam viabilizar soluções de santuários que ofereçam o melhor cuidado possível às vítimas dessa indústria, enquanto trabalham para eliminá-la gradualmente.”
