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RECOMEÇO

Macaquinha resgatada ao lado da mãe morta adotou pelúcia e adora frutinhas

Macaquinha foi resgatada em Sete Quedas (MS) após ela e a mãe sofrerem descarga elétrica

12 de dezembro de 2024
Adriano Fernandes
3 min. de leitura
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Foto: Imasul/Divulgação

A recuperação da macaquinha fofa resgatada na semana passada em Sete Quedas segue de vento em popa no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A macaco-prego, com idade estimada entre 45 e 60 dias, chegou ao local com uma fratura exposta na mão direita e ferimentos leves provocados por um choque, que acabou custando a vida da mamãe macaco-prego. Desde então, a filhote tem recebido cuidados intensivos.

A equipe de veterinários do Hospital Ayty está alimentando o animal a cada três horas, inclusive durante a madrugada, por meio de mamadeiras. A fórmula láctea é cuidadosamente balanceada para atender às necessidades nutricionais do animal. Além disso, pequenas porções de frutas maduras começaram a ser oferecidas, com o objetivo de estimular o instinto de mastigação e sugação.

Apesar das circunstâncias, a filhote apresenta comportamento típico da espécie, conforme observações da equipe do hospital. Ela demonstra curiosidade pelo ambiente e reconhece a mamadeira durante a alimentação. Para reduzir a carência causada pela perda da mãe, a macaquinha permanece agarrada a um bichinho de pelúcia durante grande parte do dia.

Nos últimos dias, o animalzinho teve uma evolução expressiva: passou a vocalizar e agora permanece acordada durante o dia, comportamento diferente do início, quando dormia praticamente o tempo todo. “Cada animal resgatado representa a importância de unir esforços para a conservação de nossas espécies e de seus habitats. Nosso trabalho não termina com o resgate, mas com a devolução à vida livre, sempre que possível”, declarou André Borges, diretor-presidente do Imasul.

O objetivo da reabilitação é preparar a macaquinha para ser devolvida à natureza o quanto antes. “Nosso compromisso é reabilitar cada animal com responsabilidade e carinho, garantindo que estejam preparados para viver novamente em liberdade”, explicou Aline Duarte, gestora do CRAS.

Por ser muito jovem e ainda apresentar limitações de movimentação, como dificuldade em sustentar a cabeça erguida por períodos prolongados e locomoção mais lenta, a filhote permanece isolada de outros macacos do CRAS.

A veterinária Jordana Toqueto, responsável pelo caso, explica que a atenção ao bem-estar emocional do animal é tão importante quanto os cuidados físicos. “Esse filhote chegou muito debilitado, mas tem demonstrado progresso. Estamos cuidando para que ela recupere sua força e autonomia de forma gradual, respeitando seu tempo e suas necessidades”, disse a veterinária Jordana.

Cada filhote que chega ao CRAS é imediatamente recebido por uma equipe composta por biólogos, veterinários e zootecnistas, que, com atenção e precisão, os conduzem ao ambulatório. No local, suas condições de saúde são avaliadas de forma minuciosa, e o processo de reabilitação começa, sempre com a esperança de devolver esses animais à vida interrompida.

“Nossos esforços demonstram que, com dedicação e carinho, é possível transformar histórias de abandono e sofrimento em histórias de superação e esperança. A recuperação desse filhote é mais uma prova de que a natureza sempre nos surpreende com sua resiliência”, pontuou Fernanda Mayer, bióloga do CRAS e responsável pelo setor de filhotes.

Fonte: Primeira Página

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