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CRUELDADE

Macacos são torturados e mantidos em recintos precários antes de serem vendidos como animais domésticos

9 de julho de 2021
Bruna Araújo | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Daily Mail

O Reino Unido aprovou uma nova lei que bane a tutela de macacos como animais domésticos e encaminha os animais cativos a santuários. A legislação está mudando a vida de muitos animais, como o macaco-prego Oliver. Ele tem apenas sete anos e vivia em um apartamento minúsculo em Londres, na Inglaterra. Agora, após a nova lei, Oliver ganhou um novo lar: o santuário de macacos Wild Futures, na Cornualha.

O proibição da exploração e aprisionamento de macacos é uma demanda antigas de ativistas e organizações em defesa dos direitos animais. Muitos desses macacos chegam a Europa a partir do tráfico de animais e são comercializados sem nenhuma fiscalização. Investigações revelam que esses animais sofrem torturas e maus-tratos indizíveis até chegar aos novos “tutores”.

A diretora do santuário Wild Futures, Rachel Hevesi, pontua que há cerca de 4.000 macacos de diversas espécies vivendo como animais domésticos em condições inadequadas no Reino Unido. É uma estimativa até conservadora, pois com a falta de controle da entrada de animais, cativeiros clandestinos e vendas pela internet, esse número pode ser muito maior.

Muitos macacos podem ser comprados em sites da dark web, no quais é possível encontrar pornografia infantil e drogas. Os animais podem ser comprados por até £ 5.000 (cerca de R$35.000) dependendo da espécie. Especialistas afirmam que tutelar um macaco há 20 ou 30 anos era um símbolo de excentricidade, mas não esperava que isso perduraria com as novas gerações.

Foto: Reprodução | Daily Mail

A organização Four Paws apoia a nova lei e afirma que “nenhum primata merece ser confinado em uma casa com terraço de dois quartos. Qualquer pessoa que queira manter um primata deve fornecer o mesmo nível de bem-estar de um santuário licenciado”, disse em comunicado. A proibição, infelizmente, não impedirá o tráfico de animais e comércios paralelos on-line em sites e redes sociais.

Um grupo de jornalistas do portal Daily Mail fez uma rápida pesquisa na internet e encontrou uma enorme variedade de anúncios de venda de macacos, principalmente saguis, uma espécie nativa da América do Sul. Vários desses vendedores estimulam a reprodução caseira de macacos e vendem os filhotes, da mesma forma que canis fazem com cães de raça.

No entanto, as imagens fofinhas e descontraída que muitos tutores de macacos postam no Instagram, TikTok e outras redes esconde a crueldade que envolve esse tipo de comércio. Antes de chegar na Europa, esses animais são mantidos em recintos e jaulas precárias e insalubres. Criadores caseiros também são incapazes de oferecer as condições de vida necessárias que esses animais precisam.

Foto: Reprodução | Daily Mail

Muitos macaquinhos são retirados de suas mães antes do tempo e não conseguem sobreviver. Os animais que são resgatados com vida e encaminhados para santuário sofrem distúrbios psicológicos e de comportamento. O Wild Futures acolhe cerca de 40 macacos e teme que não exista espaço para tantos outros que precisam ser acolhidos por locais adequados.

Milhares de macacos enfrentam um futuro incerto no Reino Unido. A expectativa de ativistas é que santuários de outros países se voluntariem para receber os animais, pois um temor que o governo desista da lei ou opte por sacrificar os animais que não terão para onde ir. O clima é de apreensão, medo e esperança.

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