Por Isis Shinagawa (da Redação)
A última investigação da ONG PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) mostra como macacos usados para experimentos são maltratados sistematicamente por empregados da Primate Products, Inc (PPI), na Flórida, Estados Unidos.
A PPI armazena e vende macacos para a indústria de vivissecção em que os animais fazem parte de experimentos dolorosos e terríveis, em laboratórios, antes de serem mortos. A empresa conseguiu contratos federais que valem mais de US$13 milhões e vendem macacos para os Institutos Nacionais de Saúde, para o Exército dos Estados Unidos e para muitas universidades de prestígio do país.
Como pode ser visto no vídeo abaixo, os empregados da PPI perseguem e agarram macacos aterrorizados pelas caudas frágeis. Os trabalhadores balançam agressivamente a rede na frente dos animais, arrancando-os das cercas em que os animais desesperados se agarram e até lançam os macacos dentro das redes. Veterinários experientes analisaram o vídeo e concluíram que tal tratamento “causaria aos animais sérios comportamentos relacionados à estresse, à ansiedade e ao medo”.
Alguns macacos com ferimentos graves eram deixados sofrendo durante dias. Um macaco não recebeu cuidado veterinário adequado mesmo tendo uma vértebra da cauda exposta durante sete dias. Outros macacos que estavam visivelmente abaixo do peso e gravemente doentes eram deixados para morrerem em suas jaulas, sozinhos.
Empregados leigos tiravam os dentes de macacos sedados. Assim que um macaco abriu a boca e agarrou na mesa suja em que tinha sido colocado, um veterinário cortou uma parte da sua cauda. Especialistas concordaram que o macaco não havia sido anestesiado adequadamente e sentiu os cortes dolorosos, e que aquele procedimento era também “de extremo estresse psicológico” para outros macacos que observavam, próximos do local em que ocorria o procedimento.
Estar preso em gaiolas de metal estéreis e ser negado tudo que é natural e importante para os macacos também têm um resultado psicológico neles. Alguns macacos que foram deixados em regime de isolamento, sem a companhia de outros macacos, crucial para a saúde física e mental deles, foram vistos balançando para frente e para trás e andando em círculos – comportamento muito bem conhecido.
Em 2014, somente a PPI importou mil macacos da Ásia e da África – 63% eram selvagens. Quando chegavam na PPI, os empregados tiravam sangue e líquido cefalorraquidiano de macacos sedados, e, então, induziam a morte em alguns deles para retirarem líquidos dos seus olhos e venderem para os laboratórios. Os sobreviventes eram eventualmente transportados para instalações governamentais para experimentos em laboratórios e em universidades.
Essa investigação é um último indício que mostra uma indústria que maltrata os animais em todos os estágios, incluindo nas fazendas de explorações de animais onde os macacos geralmente se reproduzem, na jornada dolorosa para o Ocidente em aviões de cargas e nas gaiolas geladas dos laboratórios onde eles são submetidos a procedimentos horríveis antes de serem descartados como lixo quando deixam de ser úteis.
Enquanto a PETA US está promovendo uma campanha para fechar a vergonhosa PPI, você pode ajudar aderindo à campanha contra uma empresa que apoia esse tipo de abuso – Air France, a última companhia aérea que ainda despacha macacos para experimentos.