Um bando de macacos-pregos foi flagrado na semana passada, no mato que rodeia a Casa de Formação Divino Mestre, em Francisco Beltrão. O local, destinado para eventos e cursos da Diocese de Palmas e Beltrão, serve de moradia para um número considerável do macaco, da espécie Cebus apella.
Várias espécies de animais silvestres vêm se tornando caricaturas humanas, levando sobrevivências transfiguradas em muitas residências. A inteligência e elevada capacidade de aprendizado do macaco-prego é chamariz para caçadores, que os capturam nas matas para transformá-los em bichos de estimação. “Mas um macaco nunca pode substituir a figura de um gato, um cachorro ou qualquer animal de estimação”, afirmou o biólogo Rodrigo Lingnau, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Além disso, a transmissão de doenças como raiva é um dos perigos por se manter animais silvestres em cativeiro.
Interferência humana no meio ambiente
Eles ainda não estão em extinção, no entanto, sofrem com a interferência humana no meio ambiente. “Assim como qualquer outro animal que vive nas matas, o prego sofre com as queimadas, o desmatamento, enfim, as alterações ambientais infligidas pelo ser humano”, explicou Lingnau. Essa interferência humana no habitat natural do prego vem causando prejuízos para ambos os lados, já que, como seus hábitos estão sendo alterados, é comum que invadam residências.
Daí é um “Deus nos acuda!”. O próprio professor Rodrigo sofreu com a “hiperatividade” dos macacos, quando esteve na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba e na Universidade Federal de Goiás, em Goiânia. “Eles invadiam laboratórios, alojamentos e promoviam estragos incalculáveis”, lembra.
O biólogo aconselha que ao se deparar com estes animais, o melhor é espantá-lo. “Como qualquer outro animal, o macaco-prego participa de uma cadeia alimentar dentro do ecossistema. Então, ele é predador de vários outros animais. Isso é importante para manter o equilíbrio natural. A sua captura ou morte pode causar o desequilíbrio”, explicou.
Fonte: Aqui Sudoeste