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FUTURO INCERTO

Macacos que vivem em ponto turístico no Camboja correm risco de serem capturados para testes em laboratórios

O Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas do país diz que eles estão agressivos, mas o comportamento desses primatas é causado pelos turistas que os exploram para entretenimento

20 de setembro de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: AFP/Getty Images

Macacos que vivem próximos a templo Angkor Wat, no Camboja, podem ser enviados para serem explorados como animais de teste em laboratórios, alertou uma ONG britânica de proteção animal.

A Action for Primates (AfP), expressou preocupação com o bem-estar dos macacos depois que o Ministério da Agricultura, Florestas e Pescas do Camboja anunciou um censo dos primatas em áreas públicas, buscando identificar e aprisionar os que forem considerados agressivos para fazendas de reprodução de animais usados em testes ou para o Zoológico Phnom Tamao.

“Enviá-los para fazendas de reprodução é excepcionalmente cruel”, argumentou Sarah Kite, uma das fundadoras da AfP.

Um funcionário do ministério, que preferiu não se identificar, disse ao jornal local Phnom Penh Post que a operação de captura dos macacos no icônico ponto turístico ainda não havia começado. É provável que se inicie após o festival Pchum Ben, em outubro.

A AfP afirmou que o comportamento agressivo dos macacos no Sítio do Patrimônio Mundial da Unesco em Angkor é resultado de anos sendo explorados como atrações turísticas, o que levou a uma dependência não natural dos humanos para alimentação. “Os macacos de Angkor Wat estão pagando o preço por um comportamento humano inapropriado e evitável”, disse Kite, criticando a exploração dos macacos para ganho financeiro.

Há vídeos perturbadores online mostrando os animais sendo maltratados para a criação de conteúdo na internet, como um filhote de macaco sendo encharcado com água e os genitais de um jovem macaco sendo manipulados para a câmera.

As autoridades não permitem tais atividades, mas é difícil de impedir, disse Long Kosal, diretor-geral adjunto da Autoridade Nacional Apsara, responsável pela proteção e gestão do sítio arqueológico de Angkor Wat.

“O maior problema é que esses vídeos são gerados para ganhar dinheiro”, explicou Nick Marx, diretor de resgate e cuidados com a vida selvagem da Wildlife Alliance. “Se as pessoas pararem de assistir a eles, isso realmente ajudaria a resolver o problema do abuso.”

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