Os responsáveis pelo Parque Lecocq, um zoológico localizado na capital Montevidéu, reconheceram a falta de espaço para os macacos no local, depois de um recente caso de possível canibalismo na colônia.
“Estamos em um momento crítico porque passamos do limite de espaço”, disse o diretor do parque, Eduardo Tabárez, em resposta à denúncia de um vereador de Montevidéu perante à Prefeitura da cidade devido à conduta anormal dos macacos do zoo, de espécie Babuíno (papio hamadryas).
De acordo com o jornal El País, o vereador Carlos Lafogliola, do Partido Nacional, expôs em sua denúncia o depoimento de um visitante do parque que presenciou a cena na qual alguns indivíduos comiam um outro que havia morrido.
Segundo a bióloga Sylvia Corte, essa conduta somente pode ocorrer pela falta de alimentos e não ao canibalismo. Tabárez afirmou que “houve um macaco que faleceu e foi comido por outro” e disse ainda que o acontecimento “não é de agora, é de muitos meses atrás”, afirmando que não é a primeira vez que ocorre. Afirmou ainda que o caso não se deve à má nutrição, já que, segundo ele, a colônia, que tem entre 90 e 110 macacos, recebe diariamente 170 kg de comida, o que represnta 2 kg para cada animal.
Entre outras coisas, detalhou que os macacos comem “verduras, frutas, hortaliças, farinha, milho e alimento de cães, uma fonte de proteínas muito importante. Esses animais comem melhor do que 50% de nossa população. Estão perfeitamente alimentados”. Mesmo assim, reconheceu que os babuínos sofrem “um problema de superpopulação”, já que o recinto em que vivem, uma grande jaula circular de 40 metros de diâmetro, “está muito pequeno para todos eles”.
Os macacos representa apenas uma quinta parte da fauna total do zoo, que abriga 33 espécies em cativeiro em 120 hectares, entre eles cervos, zebras, alpacas, lhamas, gatos monteses, quatis, antílopes, avestruzes, leões e jacarés.
O maior problema é a falta de espaço, os macacos vivem em jaulas pequenas para que possam ser vistoriados um por um e as espécies maiores são separadas por grupos maiores.
Tabaréz reclamou ainda a falta de equipamentos e pessoal especializado, alegando que devido a isso seria necessários suprir essas primeiras carências antes de estudar a possibilidade de canibalismo. Como se vivendo em um espaço minúsculo, privados de sua vivência natural, fosse um detalhe pouco importante para avaliar o comportamento dos animais. Está claro que nenhum ser vivo é capaz de viver preso e não desenvolver problemas patológicos e comportamentais.
Nota da Redação: Os animais silvestres nascem para viverem soltos em seus habitat. Representantes de zoológicos pelo mundo todo, inventam mil desculpas para o confinamento desses animais. Não importa qu estejam recebendo alimentação, eles deveriam ser reabilitados para voltarem à natureza ou serem encaminhados para um parque a fim de viverem suas vidas de maneira mais próxima possível da liberdade, sem visitação, sem confinamento e sem exploração, no caso de animais que não possam ser soltos em habitat natural.