Em 2017 Porto Rico sofreu com a passagem do furacão Maria que causou grandes prejuízos ao país e morte de mais de 3.000 pessoas.
A Ilha Cayo Santiago, localizada na costa leste do país, é conhecida como Ilha dos Macacos, pois é habitada apenas por primatas. A presença pontual de humanos é de pesquisadores que há décadas estudam a vida destes animais.
Camille Testard, pós graduanda da Universidade da Pensilvânia – Estados Unidos, é uma das estudiosas. Em parceria com outros pesquisadores, ela estudou o comportamento dos macacos da ilha após a passagem do furacão e comparou com dados já existentes.
Em reportagem para El País, Testard se diz surpresa com os resultados: “Esperávamos que os macacos usassem seus aliados mais próximos e, portanto, que investiriam em suas relações existentes, como parentes ou melhores amigos”. “Porém os macacos expandiram suas redes sociais e a quantidade de indivíduos com os quais toleravam compartilhar esses recursos limitados”.
Os pesquisadores observaram que pela severa perda da vegetação a sombra foi um recurso de grande importância, alterando o comportamento social dos animais para conquistar este recurso. Os macacos penteavam e alisavam novos parceiros, buscando assim, evitar conflitos pelo recurso. Este comportamento indica uma maior tolerância entre os indivíduos.
Testard acredita que “Os desastres naturais são uma enorme fonte de instabilidade para os seres humanos e outros animais. As relações sociais, e em particular a tolerância social ampla, podem ser cruciais para sobreviver a estes desafios ambientais extremos”.
Os conhecimentos gerados com estudos como este trazem uma luz para compreendermos porque algumas espécies são resilientes e sobrevivem, enquanto outras são vulneráveis em condições ambientais extremas, tais como furacões, incêndios, inundações e secas ocasionadas pelas mudanças climáticas.