O macaco Chico, que ficou famoso depois de ser flagrado “amolando faca” e “lavando roupa” em Corrente, no Piauí, foi levado para um abrigo nesta terça-feira (28), no Bioparque Zoobotânico.
Chico agora vai morar com os outros dez macacos-prego, para que passe com eles pelo tratamento de recuperação para voltar á natureza. O tratamento deve durar cerca de dois meses.
O abrigo fica no Centro de Triagem de Animais Silvestres, órgão do Ibama que funciona dentro do parque. O local tem galhos e poleiros onde ele poderá treinar suas habilidades de escalar e socializar com os demais.
O encontro com os outros macacos foi rápido e tranquilo. Logo que a gaiola foi aberta, Chico correu para perto dos companheiros, e logo ficou impossível distingui-lo dos demais.
Segundo a bióloga Vanessa Gomes, os macacos prego são animais sociáveis e precisam se integrar entre eles e em seguida são devolvidos à natureza em grupo, para que possam se apoiar durante o retorno.
“Vamos observar como ele está se alimentando, os aspectos sociais principalmente, como ele se integra com os demais macacos. Com esse processo de reabilitação ele consegue recuperar os instintos, principalmente quando estão assim, em bando. Macacos-prego são muito sociáveis”, disse Vanessa.
Chico é um macaco-prego adulto, de aproximadamente 2 anos. Nesta segunda-feira (27) ele passou por exames e recebeu um microchip. Segundo o veterinário Erick Carvalho, Chico é saudável.
Mas boa parte dos novos companheiros de Chico não tiveram a mesma sorte. Os macacos que viverão com ele também foram criados em cativeiro e estão em recuperação. Alguns deles sofreram lesões irrecuperáveis, e não poderão retornar à natureza.
“O Chico ele deu sorte por que teve a repercussão de mídia e foi resgatado. Aqui ele será cuidado da forma correta, e retornará a natureza. Infelizmente a gente tem uma média de 2 a 4 macacos nessa situação, o que representa algo extremamente perigoso”, comentou o veterinário Fabiano Barbosa, coordenador do Cetas.
“Que o Chico sirva de reflexão para a sociedade piauiense para que não queria mais manter esses animais em cativeiro. É crime ambiental. Ele precisa estar em liberdade”, disse Fabiano.
Fonte: G1
